domingo, fevereiro 12

Nornes (Nornir), As Senhoras Nórdicas do Destino




A Árvore do Mundo, Yggdrasil, tem três raízes: uma situada sobre o reino de Nilfheim que abriga a fonte Hvelgelmir (de onde brotam os 12 rios de Elivagar); a segunda na altura do reino de Jötunheim abrigando a fonte de Mimir, que guarda a sabedoria e o conhecimento arcaicos e a memória coletiva; e a terceira onde fica a fonte de Urdh. Desta fonte as Nornes tiram a água para molhar as raízes da árvore, cobrindo-as em seguida com argila existente ao redor, mantendo assim a vitalidade da árvore, ameaçada pelo dragão Niddhog, que rói incessantemente as raízes com a intenção de destruí-las.
As Nornes tem uma função cósmica - estabelecer as leis - e também modelar os destinos individuais de todas as criaturas dos Nove Mundos - Midgard, Asgard, Vanaheim, Helheim, Svartalheim, Ljusalfheim, Jötunheim, Nilfheim e Muspelheim - inclusive das divindades. Suas ações são determinadas por um poder maior chamado orlög, que abrange a trajetória de todos os mundos e seres, até mesmo do Universo. Ele não são subordinados a nenhuma divindade e não se sabe com precisão a sua origem, apenas que elas simplesmente apareceram no início dos tempos, sendo, portanto, imemoriais e eternas. Algumas fontes as consideram descendentes dos gignates, aparecendo no fim da “Idade do Ouro” para prevenir os deuses sobre males futuros e os ensinar a fazerem bom uso do presente, lembrando as lições do passado. elas teriam nascido das maçãs de ouro que cresciam na Árvore do mundo, imbuídas de vida e conhecimento, permitindo apenas à deusa Idunna (⇐ clique para saber sobre as maçãs) que as colhesse e dividisse entre os demais deuses. 
As Nornes não são agentes casuais, mas instrumentos numinosos que recebem, transformam e redirecionam as energias das ações e dos atos de volta à sua origem. Seus nomes são representativos das suas atribuições ligadas à passagem do tempo e à tessitura do wyrd, o destino, da humanidade, dos deuses e de todos os seres.
O nome da Norne mais velha, Urdh, é associado à fonte Urdharbrunn (a fonte de Urdh) e é similar ao tempo passado do verbo verda, “ser”, podendo ser traduzido por “aquilo que já aconteceu”. Ela era representada pela figura de uma anciã olhando sempre para trás. O nome da segunda Norne, Verdandhi, é associado com o presente do verbo verda, equivalente a “aquilo que está sendo” e Ela aparecia como uma mulher madura, ativa e destemida, olhando apra dentro da fonte. Skald (ou Skuld, dependendo da fonte), o nome da terceira Norne, corresponde ao futuro, ou seja, “aquilo que poderá vir a ser” e Sua imagem era de mulher velada, com a cabeça virada na direção oposta a Urdh, segurando nas maõs um livro ou pergaminho enrolado (em algumas fontes era descrita como uma Jovem mulher, aparentemente virgem). Percebemos claramente o alcance das Nornes sobre a passagem lienar do tempo, regendo assim o passado, presente e o futuro, bem como nascimento, vida e morte.
  1. Urdh: representa o resultado das ações e escolhas feitas no passado e simboliza o destino por ser chamada também de wyrd, o termo precursor das palavras em alemão arcaico e em inglês significado “destino”.
  2. Verdandhi: Personifica o conceito do “aqui e agora”, ou seja, o presente. É a força que nos conduz aos resultados das opções e decisões do passado, sendo a manifestação das nossas ações ou desistências. Ela retrata tudo o que fizemos na nossa vida presente.
  3. SkuldA mais jovem das Nornes, simboliza vários conceitos: futuro, necessidade, culpa e dívida. Por sermos controlados pela realidade física do tempo linear, necessariamente o nosso presente continuará ao domínio de Skald, o futuro. Ela representa o que vai acontecer no futuro como resultado das nossas ações passadas e presentes, porém o futuro é mutável, vago e nem sempre pré-determinados

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