Anões (Dwarfs, Zverge)

No poema “Völuspa” descreve-se o surgimento de pequenas criaturas rastejantes, semelhantes a larvas, que apareciam aos pouco do corpo despedaçado do gigante Ymir. Os deuses ficaram surpreendidos com sua aparição e aprimoraram suas formas, dando-lhes feições semelhantes as dos seres humanos e inteligência sobre-humana e dividindo-os em duas classes.

Os seres escuros, traiçoeiros e ladinos foram enviados para Svartalheim, a morada subterrânea dos elfos escuros, e proibidos de sair durante o dia, sob o perigo de sofrer petrificação. Eles foram denominados ANÕESe passavam seu tempo explorando os recantos secretos da terra, coletando metais e pedras preciosas que escondiam em frestas, de onde podiam retirá-los à vontade para seu uso e para entregar aos elfos ferreiros.

O restante dessas pequenas criaturas, que eram claras, boas e úteis, foi chamado de Elfos, silfos e povo das fadas (Bean sidhe). Estas foram morar em um reino aéreo de Alfheim (junto com os elfos claros), situado entre o céu e a terra, de onde saíam flutuando para cuidar das plantas e voar junto com borboletas e pássaros.

Sua habilidade manual e artística provém dos registros etéreos de dons ancestrais, aliando também o dom da onisciência, da premonição e da sabedoria mágica. Eram sempre os deses que recebiam presentes, jamais os anões. Foram os anões os responsáveis pela preparação do elixir da inspiração (misturando ao Sangue de Kvasir, mel, frutas e ervas) e pela confecção dos tesouros dos deuses (junto com os elfos escuros). Vários deuses receberam dois objetos e armas mágicas, um de ouro, outro de ferro, como a lança encantada de Odin (Gungnir), que jamais errava o alvo, e o anél poderoso Draupnir, que se multiplicavam nove vezes a cada nove noites; o poderoso martelo Mjöllnir de Thor, que voltava às suas mãos após ser arremessado; o javali Gullinbursti, com pelo de ouro; e o barco mágico de Frey, que podia se tornar uma miniatura; o cabelo de ouro da deusa Sif (esposa de Thor); o palácio inacessível da curandeira Mengloth; o famoso colar Brisingamen de Freyja (obtido após ter feito sexo com eles e aprender alguns dos seus feitiços); além do seu próprio javali dourado. Além destes tesouros, Odin pediu aos anões a corda mágica para amarrar o lobo Fenrir.