Por mais que a imagem, seja um pouco estranha ao olhar de um leigo, explicarei tutô.
“A Criação do mundo””No início dos tempos, o grande caos rugia.Não havia mar, nem água, nem areia,Nenhuma terra abaixo, nenhum céu acima,Somente um vão profundo, em que nada existia.”“Völuspa” - Poetic Edda.
A Citação da Edda acima, se refere ao Ginungagap. Citarei uma passagem do livro “Ragnarök - Crepusculo dos Deuses.
A Cosmogênese nórdica é permeada de toques dramáticos e trágicos, e está centralizada no eterno e perpétuo conflito entre as forças positivas e negativas da natureza, representadas pela força expansiva do fogo e a contração e cristalização do gelo.(…)O clima e a paisagem das terras nórdicas tiveram uma grande influencia na modelação das crenças religiosas e dos conceitos, costumes e valores dos seus habitantes.(…)O intricado drama cosmico inicia-se a partir de um abismo primordial, um incomensuravel buraco negro e vazio, chamado Ginungagap. Nesse vazio desprovido de terra, mar, ar ou luz, sem forma, cor ou vida, surgiram após incontáveis eons (divisão de tempo geológico) duas regiões distintas e separadas entre si.
Falamos de Muspelheim, o reino de fogo, reinado por Surt, que detinha uma espadaflamejante e letal. ↑
Ao norte, tínhamos Nilfheim. ↓
No extremo norte existia o reino de Nilfheim, onde dominavam o frio e a escuridão, repleto de camadas de gelo sempre envoltas em neblina e assoladas pelas tempestades de neve. Do centro de Nilfheim, jorrava a fonteHvergelmir - o caldeirão borbulhante -, que alimentava enormes blocos de gelo, chamados Elivagar, que se diferenciavam entre si, pela largura, natureza, rapidez e turbulência da corrente.
O Vapor formado (de Hvergelmir) se condensava em uma espuma, que foi se solidificando em camadas sobrepostas preenchendo o espaço central. À medida que as ondas de calor tocavam o gelo, ele começou a derreter gradativamente e, das gotas espumantes e salgadas, a vida foi se formando lentamente.Pelo seu movimento incessante, as forças primevas do fogo e do gelo criaram a fricção necessária para ativar o potencial não manifestado de Ginungagap, e o impregnaram com uma centelha geradora de vida. Surgiram assim, dois seres primordiais: um gigante de gelo hermafrodita chamado Ymir, a personificação do oceano congelado e o ancestral de todos os gigantes de gelo (denominados Jötnar, Thurs, Hrim) e uma vaca gigantesca - Audhumbla . Ymir começou a perambular pelas redondezas e, ao encontrar Audhumbla, saciou sua fome com o leite que escorria abundantemente das suas nove tetas (e como já disse o Tucano, no Nerdcast270, era uma Puta Vaca). Movida pela fome, Audhumbla começou a lamber o bloco de sal congelado, até que suas lambidas desvelaram outro ser sobrenatural, imponente, translúcido e com feições humanas, chamado Buri (O pai do pai dos Deuses).
Enquanto isso …
Ymir adormeceu deitado no beiral do abismo e, aquecido pelas lufadas de ar quente vindo de Muspelheim, começou a suar(daqui pra frente é meio nojento pra quem não manja). Do suor que brotou das suas axilas plasmou-se um casal; das virilhas surgiu um ser gigantesco de seis cabeças,Thrudgelmir, e dos pés, uma familia de gigantes. Buri teve um filho, Bor(talvez gerado apenas por Buri, que era hermafrodita, ou da união com a moça que foi nascida da axila de Ymir) e Thrudgelmir gerou Bergelmir, o precursor de todos os gigantes de gelo.Quando os filhos de Ymir perceberam a presença dos seres divinos, Buri e Bor, partiram para luta, pois, como deuses e gigantes, representavam forças opostas e em conflito; não havia possibilidade de um convívio pacífico e harmonico.A batalha continuou por muuuito tempo sem que fosse definido o vencedor, até que Bor se casou com Bestla(uma grande mulher. by: Eduardo Spohr #Nerdcast270), - filha do gigante Bolthorn (descendente de Ymir, possivelmente também hermafrodita) - e juntos eles geraram 3 filhos(agora a porra ficou séria), poderosos. Eram eles ODIN(Wotan, Wodan etc), simbolizado “espirito”;VILI(Will), indicando “vontade”; e VÊ (Wish), sinonimo de sagrado (em outra versão seus nomes são, Odin, Hoenir e Hodur).
Apesar da sua parcial descendência de gigantes, os três deuses se uniram ao seu pai Bor na luta contra os gigantes e finalmente venceram, matando o temido e sagaz, Ymir. Os rios de sangue que jorraram das feridas de Ymir causaram um dilúvio, no qual morreram afogados todos os gigantes, com exceção de Bergelmir, que escapou nadando e se refugiou junto com sua familia em uma região afastada chamada Jötunheim (o lar dos gigantes). Ali eles procriaram, gerando inúmeros descendentes (…)Odin, Vili e Vê decidiram aproveitar o imenso corpo de Ymir, e depois de triturá-lo no grande Moinho Cósmico, usá-lo como matéria-prima para modelar um novo mundo, melhor do que o seu árido e vazio habitat. Dos seus tecidos contruíram a propria Terra, chamada Midgard (jardim do meio), colocando-a no centro do espaço vazio e cercando-a por baluartes feitos das sombrancelhas de Ymir e por um vasto oceano formado do sangue e suor do gigante. Os deuses modelaram montanhas e colinas dos seus ossos, rochedos e pedras dos seus dentes, florestas e bosques dos cabelos encaracolados. Depois suspenderam seu crânio, formando a abóbada celeste, e salpicaram os miolos no céu à guisa das nuvens.
Para sustentar o pálio celeste, os deuses escolheram quatro anões fortes - Nordhri, Austri, Sudhri e Vestri - e os posicionaram nos quatro pontos cardeais.
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