sábado, março 10

FREYJA (Frija, Frea, Fro, Frowe, Vanadis, Mardöll, Hörn, Syr), A SENHORA .



Chegamos ao fim da Saga, AS GRANDES SENHORAS, agradeço desde já, a todos os posts lidos e a todos os leitores, que me proporcionaram vontade de escrever esse saga :)

Fiquem agora com a ultima fase desta compilação de fatos!
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Citando o escritor Snorri Sturluson, Freyja era "a mais gloriosa e brilhante das deusas nórdicas", considerada "A Senhora" e seu irmão Frey "O Senhor", ambos invocados para atrair a fertilidade da terra, a plenitude e a prosperidade das pessoas.
Filha dos deuses Nerthus (da terra) e Njord (do mar), Freyja fazia parte das divindades mais antigas Vanir, e foi cedida junto com o pai e o irmão dos Aesir, como parte do armísticio firmado entre os dois grupos de deuses. Quando ela apareceu em Asgard, os deuses ficaram tão impressionados pela sua beleza e graça, que lhe deram como presente o reino de Folkvangr e o palácio de Sessrumnir.
Alguns autores consideram Freyja e Frigga como facetas de uma mesma deusa, porém as diferenças são óbvias, sem dar margem a essa simplificação. Frigga era a padroeira da vida doméstica e da paz, protetora dos casamentos, dos filhos e das familias; Freyja era a regente da fertilidade, do amor, da guerra, da morte e da magia feminina. No livro Mistérios Nórdicos são relatados comparações do arquétipo de Freyja com deusas de outras culturas, identificando suas semelhanças e atributos comuns.
Freyja vivia na planície de Folkvangr (campo do povo) no palácio Sessrumnir (muitos salões) e viajava em uma carruagem puxada pelos gatos Tregul ("ouro da árvore", ou âmbar) e Bygul ("ouro de abelha" ou mel). Apesar de ser regente do amor, ela não era apenas beleza e ternura, pois adquiria um aspecto marcial quando colocava sua armadura, empunhava o escudo e a espada e assumia a condição de condutora das Valquírias cavalgando diariamente junto delas para escolher a metade que lhe pertencia dos guerreiros mortos em combate. Esse direito foi dado a Freyja por Odin, como recompensa por tê-lo iniciado na prática da magia seidhr, por isso Freyja podia escolher quais dos heróis queria para levá-los consigo, os demais cabiam a Odin. Ela também recebia nos seus salões os espíritos das mulheres que tinham morrido de maneira heroica ou se imolavam para acompanhar os maridos mortos em combate.
Snorri Sturluson menciona que Freyja era casada do Odr, um desconhecido deus, pais de suas filhas Hnoss e Gersemi, marido que, misteriosamente, se ausentava por longos períodos. Freyja saía a sua procura, assumindo os outros nomes (Mardoll, Sur, Menglad) e derramava lágrimas de ouro, por isso o ouro é chamado nos poemas escandinavos de "lágrimas de Freyja". Odr ou Odur pode ser visto como a manifestação de Odin como andarilho ou a personificação do sol de verão, que despertava calor e paixão. Quando ele estava ao seu lado, Freyja era feliz e sorridente, na sua ausência, a tristeza e a solidaão a levavam para perambular pelo mundo, perguntando a todos pelo seu marido. Finalmente ela o encontrava nas terras quentes do Sul, onde a sua união era espelhada pela plenitude da natureza no verão. Dizia-se que depois Freyja convencia Odr a voltar com ela para as terras no norte, fato refletido pelo despertar da natureza na primavera nórdica, que acontece mais tarde do que no Sul.
As duas filhas de Freyja - Hnoss e Gersemi - representavam a continuidade dos aspectos maternos, sendo reverenciadas como deusas do amor. Hnoss significava "tesouro" e Gersemi "jóia" e elas personificavam a beleza divina, presente em todos os lugares, todo os momentos e em todos os seres. Apesar de não aparecerem nos mitos, elas simbolizavam o despertar do amor, a capacidade de entrega e a energia da sensualidade e sexualidade.
Em certos aspectos, Freyja pode ser vista como um contraparte feminina de Odin: ambos têm poder mágico, perambulam pelos mundos, escolhem amantes entre deuses e mortais, repartem os espíritos dos guerreiros mortos em combate e são poderosos adversários nos desafios e disputas. Diferentes do seu irmão Frey, Freyja não promove a paz, mas incita a discórdia, como revela o mito de Gullveig. A missão de apaziguadora era desempenhada por Frigga e suas acompanhantes. Na sociedade nórdica era importante manter a paz e para isso eram feitos acordos, alianças e casamentos entre tribos em conflito. No entanto, muitas vezes a união forçada ou o amor não compartilhado, podiam causar duelos e mortes dos rivais, ou vinganças dos homens cujas mulheres os traíram ou abandonaram. Nesses casos, percebia-se a atuação da força mágica e sexual de Freyja e a necessidade da conciliação e harmonia conjugal promovidas por Frigga.

O mito de Brisingamen


Considerado por alguns autores como cinto, por outros como colar, seu nome vem de brising "fogo" e é considerado o símbolo dos poderes da fertilidade, sexualidade e magia de Freyja, associado também com a aurora boreal.
O mito relata a viagem de Freyja até o reino dos anões, para lhes encomendar uma joia especial de outro, que não tivesse igual no mundo, como beleza, formato e poder. Os anões lhe impuseram como condição uma noite de amor com cada um dos quatro grandes mestres ourives. Uma interpretação mais livre considera os anões como personificações dos atributos e qualidades dos quatro elementos, correspondendo aos guardiões arcaicos das direções citados no mito da criação (Nordhri, Austri, Sudhri, Vestri). O quinto seria o próprio colar, a quintessência que integra todos os elementos e lhe confere a beleza e o poder mágico de Freyja, que ultrapassa o nível meramente sexual, seno a atração sinérgica que abre portas mútuas para o despertar do amor e o florescimento da abundância. Freyja era a regente da paixão - seja amorosa, seja pela plena realização na vida - e ensina como ter coragem, força e fé para alcançar objetivos e desfrutar o prazer.
Para a conexão com Freyja eram usados os substratos materiais que representavam beleza, poder feminino, atração, magia e abundância como: flores, perfumes, joias de ouro, pedras preciosas (pedra do sol, olho de gato, de lince ou de falcão), símbolos rúnicos ou as runas formando seu nome, imagens de gato ou lince, ímãs de Freyja em um dos seus aspectos. As mulheres lhe pediam para aumentar a sua sensualidade e poder da sedução; para ativar a intuição no uso do oráculo rúnico; para proteção e sabedoria das práticas mágicas e nos rituais.









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