Snotra era uma deusa sábia e prudente (o significado da palavra snotr), que personificava as virtudes prezadas na sociedade nórdica, protetora das mulheres, a quem ensinava moderação, lealdade, nobreza e sabedoria. Era descrita como uma mulher gentil, de feições delicadas e gestos suaves, reservada, falando mansamente e com maneiras elegantes (snot designava apalavra "senhora").
As virtudes prezadas pelos nórdicos não eram aquelas impostas pelo cristianismo como submissão, castidade, piedade, devoção, mas as qualidades representadas pelo código das Nove Virtudes (Honra, coragem, lealdade, verdade, hospitalidade, autossuficiência, eficiência, perseverança, disciplina). Elas já foram descritas com maiores detalhes no Link acima, e podem ser relidas para assimilar mais profundamente o arquétipo de Snotra. As "nove virtudes nórdicas" continuaram a ser respeitadas e seguidas mesmo após a cristianização, persistindo por séculos até que novos parâmetros morais, éticos e sociais levaram ao seu paulatino esquecimento e desvalorização. Muitos dos preceitos éticos cristãos já eram traçados morais dos antigos povos europeus, adotados pela Igreja como uma medida de integração entre paganismo e cristianismo. (Tentamos ser seus amiguinhos, mas nos viam como bárbaros!)
Snotra regia as qualidades éticas e os comportamentos individuais que promoviam cooperação e eficiência, transmitindo sabedoria e bom senso, permitindo às pessoas sobreviverem e realizarem seus propósitos. A conexão com Snotra, transmitia coragem, com nobreza e lealdade, sem fanfarronice ou vaidade. Ela tornava as pessoas mais conscientes das suas atitudes e as ajudava a ter comportamentos corretos, respeitando valores e limites alheios.
A missão de Snotra era criar a harmonia grupal, incentivar a nobreza de caráter, a lealdade e o respeito, tendo boas maneiras e gentileza para lidar com as pessoas.
Snotra podia ser invocada para superar dificuldades comportamentais e sociais nos relacionamentos, pois ela sempre sabia indicar a melhor solução. Ela era sábia por ter alcançado a maestria em todas as áreas de conhecimento, divino e humano. Snotra tinha uma profunda compreensão da natureza humana e das relações sociais; não somente conhecia os valores morais e as regras de comportamento, mas entendia as motivações e limitações que as condicionavam.
Pedia-se a Snotra a obtenção de equilíbrio, moderação, discernimento, bom senso, bem como uma ajuda específica (receber inspiração, fortalecer a motivação e determinação para mudar o estilo de vida ou abolir as características prejudiciais no convívio com familiares ou amigos). Agir com polidez e gentiliza, sem adotar ou imitar valores e atitudes masculinas e guerreiras, podia proporcionar às mulheres, mesmo às nórdicas calejadas pelas condições difíceis da sua existência, as qualidades de suavidade, lealdade e nobreza de Snotra, merecendo assim, de fato, o título de "SENHORAS".
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