quarta-feira, março 28

Loki (Loke, Lokje, Lodur), O Trapaceiro.

Esse post, podemos dizer, que é especialmente um remake de uns dos primeiros posts do blog. Você pode ter uma base por esse post => Loki, o deus da Trapaça.





Loki (também conhecido como Loke ou possivelmente Lothur) é um deus ou um gigante da mitologia nórdica. Deus do fogo, da trapaça e da travessura, também está ligado à magia e pode assumir formas de vários animais - exceto de aves - e de ambos os sexos. Ele não pertence aos Aesir, embora viva com eles. É frequentemente considerado um símbolo da maldade, traiçoeiro, de pouca confiança; e, embora suas artimanhas geralmente causem problemas a curto prazo aos deuses, estes frequentemente se beneficiam, no fim, das travessuras de Loki. Ele está entre as figuras mais complexas da mitologia nórdica.
Ele possui um grande senso de estratégia e usa suas habilidades para seus interesses, envolvendo intriga e mentiras complexas. Sendo um misto de deus e gigante, sua relação com os outros deuses é conturbada.Segundo as lendas nórdicas ele iria liderar um exército no Ragnarok. Entretanto, ele é respeitado por Thor. Ele também ajuda Thor a recuperar seu martelo Mjölnir, roubado pelos gigantes, obtém alguns dos artefatos mais preciosos dos deuses - como a própria Mjölnir, a lança de Odin, Gungnir, os cabelos de ouro de Sif e o navio mágico de Freyr, Skidbladnir.
As referências a Loki estão no Edda em verso, compilado no século XIII a partir de fontes tradicionais, no Edda em prosa e no Heimskringla, escrito no século XIII por Snorri Sturluson. Ele também aparece nos Poemas rúnicos, a poesia dos escaldos, e no folclore escandinavo. Há teorias que conectam o personagem com o ar ou o fogo, e que ele pode ser a mesma figura do deus Lóðurr, um dos irmãos de Odin. O compositor Richard Wagner apresentou o personagem com o nome germânico Loge em sua tetralogia de óperas Der Ring des Nibelungen. Entretanto, essa variação do nome na realidade diz respeito a outro personagem nórdico, o gigante de fogo Logi, o que reforça sua relação com o fogo.

Lokasenna

O poema começa com uma prosa introdutória detalhando que Aegir promovia um evento em seu salão para alguns deuses e elfos. No local, os deuses elogiam os serventes Fimafeng e Eldir, e Loki mata Fimafeng por não suportar ouvir aquilo. Em resposta, os deuses pegam seus escudos e atacam Loki, o perseguindo do salão até a floresta. Por fim, os deuses retornam ao salão e continuam a beber.
O fugitivo volta ao local, e encontrar Eldir fora do salão. Começando o poema, Loki o saúda e pede que ele conte o que os deuses discutem desde sua ausência. Eldir responde que eles discutem suas armas e suas qualidades bélicas, e que nada amigável se dizia sobre Loki. O deus do fogo diz que entrará no evento, e que até o fim ele induziria discussão entre os deuses. Ele entra no salão, e todos se emudecem com sua presença.
Sedento, Loki clama que havia retornado de uma longa jornada para pedir aos deuses uma dose de hidromel. Chamando-os de arrogantes, ele questiona porque eles se calam, e exige que o encontrem uma cadeira, ou o expulsem do local. O deus escaldo Bragi é o primeiro a responder, dizendo que Loki não teria uma cadeira. Loki não o responde diretamente, mas direciona sua atenção a Odin, lembrando que nos velhos tempos Odin dizia que nunca beberia se a bebida não fosse trazida a ambos.


"Loke e Sigyn" (1863) por Mårten Eskil Winge.
Odin então pede a seu filho Vidar que se levante, para que Loki possa sentar e parar de culpar os deuses presentes. O jovem se levanta e serve bebida ao convidado. Antes de beber, ele pede um brinde aos deuses, exceto a Bragi, que responde que forneceria um cavalo, uma espada e um anel de suas posses para que não fosse mal visto pelos outros deuses. Ao acusar o argumentador, Loki ouve que, fora do salão Bragi teria a cabeça do inimigo como prêmio por suas mentiras. Ele responde que Bragi era bravo somente sentado, e que correria ao enfrentar um homem de espírito. 
A deusa Iduna interrompe, pedindo que Bragi mate Loki naquele salão, em respeito à sua família. Loki pede que ela se cale, acusando-a, sendo respondido que ela gostaria de vê-los duelando. A deusa Gefjun concorda o motivo dos dois duelarem, e é respondida por Loki com nenhuma acusação. 
Odin diz que Loki seria insano ao tornar Gefjun sua inimiga, tendo em vista que sua sabedoria com o destino dos homens seria tão grande quanto a do próprio Odin. Os dois então passam a trocar insultos sobre fatos do passado.   Frigg, deusa e esposa de Odin, argumenta que o passado dos dois não deveria ser dito em frente aos outros, e Loki passa a insultá-la também, o que também acontece com Freya e Njord, entre outros.
Eventualmente, Thor chega ao local e manda Loki se calar, chamando-o de criatura maléfica e dizendo que com seu martelo Mjölnir o silenciaria. Os dois também começam a discutir, terminando o poema de Lokasenna. Por fim, há uma prosa detalhando Loki saindo do salão, transformando-se em salmão e se escondendo nas cascatas de Franangrsfors, onde os Aesir o capturaram. Loki é preso, e Skadi coloca uma cobra sobre sua cabeça, de onde passar a cair veneno. Esposa de Loki, Sigyn senta-se junto a ele e começa a coletar o veneno em defesa de seu esposo. Com o enchimento da vasilha, ela constantemente deixa o local para despejar o líquido, e durante esse período o líquido tóxico cai sobre ele, causando-o tamanha dor que toda a terra treme com o seu grito, gerando, assim, os terremotos. 

Rymskviða


Thor acorda e percebe a perda de seu martelo Mjölnir. Ele vai ao encontro de Loki, e os dois vão à corte de Freya. A deusa tinha uma capa de penas de falcão que lhe dava a habilidade de se transformar em pássaro e voar pelos diversos mundos. Loki lhe pede emprestado sua capa para poder procurar o objeto perdido, sendo atendido. Ele pega a capa e sai à procura.
Em Jotunheim, o gigante Þrymr está sentado numa mamoa e vê Loki chegando. Ele pergunta o que estaria acontecendo entre os deuses e os elfos para Loki estar sozinho naquele local. Loki responde que ele tinha más notícias para deuses e elfos, o martelo de Thor havia sumido. O gigante responde que havia escondido o Mjölnir debaixo da terra, e que o devolveria somente se Freya fosse trazida para se tornar sua esposa. Loki então deixa o local, e volta à presença dos deuses. 
Thor questiona o sucesso da busca de Loki. Loki conta que o martelo está com Þrymr, mas que só seria devolvido se Freya fosse levada a ele para se tornar sua esposa. Os dois vão ao encontro da deusa e a pedem para se vestir de noiva, para que fosse a Jotunheim. Indignada, ela protesta com ódio, fazendo com que seu colar Brisingamen caia, e recusando-se a fazer tal coisa.  Como resultado, os deuses se reúnem para discutir o assunto. Heimdall sugere que Thor se disfarce e se vista de noiva e vá ao local, o que é rejeitado por Thor. Mas Loki apóia a ideia, dizendo que essa seria a única forma de recuperar o martelo. Ele argumenta que, sem aquele martelo, os gigantes poderiam invadir e se estabelecer em Asgard. Os deuses então vestem Thor como uma noiva, Loki se disfarça de mulher para acompanhá-lo como ajudante, e os dois então partem para Jotunheim. 
Cavalgando juntos na biga levada por cabras, os dois chegam ao local. Þrymr comanda os gigantes em seu salão para prepará-lo para a cerimônia. No começo da noite, Loki e Thor encontram-se com Þrymr; Thor come e bebe ferozmente, consumindo animais inteiros e muito hidromel. Þrymr estranha tal comportamento, mas Loki, sentado ao lado e percebendo a situação, desculpa-se e alega que "Freya" não havia comido por oito dias, tão ansiosa estava com o casamento. Þrymr levanta o véu e deseja beijar a noiva, mas nota os olhos raivosos encarando-o. Loki novamente se desculpa, dizendo que "ela" não havia dormido por oito noites ansiosa com o casamento. 
Pede-se o presente de casamento, e os gigantes trazem o Mjölnir para santificar a noiva, e casar os noivos sob bênção da deusa Vár. Thor exulta quando vê o martelo: finalmente recuperando-o, matando todos os gigantes presentes na cerimônia, e mais alguns no caminho de volta a Asgard . 


Reginsmál

Loki aparece na prosa e no começo do poema de Reginsmál. A introdução em prosa detalha que enquanto o herói Sigurd era cuidado por Regin, filho de Hreidmar. Regin o conta que certa vez os deuses Odin, Hoenir e Loki foram às cascatas de Andvara, que tinha muitos peixes. Lá encontraram o Anão Regin, que tinha dois irmãos: Andvari, que se alimentava ao ficar em Andvara sob forma de peixe, e Ótr, que frequentemente ia ao local sob forma de lontra.  
Enquanto os três deuses estão nas cascatas, Ótr (sob forma de lontra) pega um salmão e o come na beira do rio; ele morre quando Loki o acerta com uma pedra. Os deuses saúdam o ato, e pegam a pele da lontra para fazer uma bolsa. Na mesma noite, eles se encontram com Hreidmar (pai de Ótr) e o mostram suas capturas, incluindo a pela da lontra. Regin e seu pai identificam o ente que havia morrido, e Hreidmar exige que eles preencham a bolsa com ouro em troca da perda do filho.
Loki é enviado para essa tarefa, e se encontra com a deusa Rán, que o empresta uma rede. Ele volta à Andvara, onde captura Andvari com a rede – Loki é considerado o inventor da rede de pesca. Loki exige que o anão transformado em peixe conte onde seu ouro está, e vai a procura do tesouro. Ao obtê-lo, ainda falta mais uma peça. Apesar de perder tudo, Andvari ainda tenta ficar com seu anel, o Andvarinaut, mas Loki também o pega. Agora sob forma de anão, Andvari vai até uma pedra e amaldiçoa o tesouro perdido. 
Loki retorna, e os três deuses dão o tesouro a Hreidmar, preenchendo a bolsa. Hreidmar olha o resultado, e nota que há uma minúscula parte não preenchida, o que força Odin a acrescentar o Andvarinaut.  Loki diz que eles agora tinham posse do ouro, e que ele estava amaldiçoado, o que causaria a morte de Hreidmar e Regin. Hreidmar responde que se soubesse antes, ele os teria matado, mas age com desdém quanto à maldição. Por fim, o rei anão os expulsa e o poema continua sem qualquer menção a Loki. 

Skáldskaparmál

O Skáldskaparmál descreve que os filhos de Ivaldi são anões que, desafiados por Loki, construíram o navio mágico de Frey (Skidbladnir), a lança invencível de Odin (Gungnir) e os cabelos de ouro de Sif, substituindo, assim, os cabelos cortados por Loki (esse sendo o principal objetivo do desafio; após cortar os cabelos de Sif durante uma travessura, Loki fora obrigado pelo marido dela, Thor, a compensá-la por aquilo). Tais objetos era muito apreciados pelos deuses, e certa vez Loki apostou com o anão Brokk a própria cabeça que seu irmão Eitri não conseguiria construir objetos com a mesma qualidade. Para atrapalhá-los, Loki se transforma em abelha, picando-os constantemente. Entretanto, mesmo com as dificuldades, essa competição resultou na criação do javali de Frey (Gullinbursti), o anel de Odin (Draupnir) e o martelo de Thor (Mjölnir).
Os deuses julgaram todos os objetos e consideraram as obras de Brokk ainda mais grandiosas que as dos filhos de Ivaldi, e ele ganhou a aposta. Perdendo, Loki foge após estar à mercê dos anões. Entretanto, a pedido dos anões ele é capturado por Thor e entregado aos irmãos. Mas Loki é astuto, e argumenta que, se sua cabeça for cortada, o seu pescoço seria danificado, e isso não fazia parte da aposta. Mas os anões se contentam em costurar seus lábios, pois eles julgavam que Loki falava demais. Ele consegue retirar o fio e fugir.





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