sexta-feira, março 23

Prose Eddas, fonte de nosso conhecimento.




Snorri Sturluson nasceu em 1178 ou 1179. Era filho de Sturla, um chefe local da Islândia ocidental, cujos descendentes dão nome à chamada Era de Sturlung da história islandesa, na primeira metade do século XIII. Quando tinha dois ou três anos de idade, Snorri foi enviado à casa de um dos mais importantes líderes da Islândia medieval, Jon Loptosson, como parte de um trato para encerrar um conflito entre este e Sturla. A ida de uma criança para a ser criada na casa de outro líder era comum na época, e Snorri passou dezesseis anos em Oddi, a propriedade de Loptosson, que era um importante centro cultural naquele país. Em Oddi, Snorri deve ter tido contato com o latim, obras teológicas, a poesia antiga e as sagas.
Aos dezenove anos, Snorri casou-se com Herdis, filha de Padre Bersi, e tornou-se um homem rico com a morte do sogro em 1202. Snorri e a mulher mudaram-se para a propriedade de Bersi, em Mýrar, e Snorri aumentou seu poder adquirindo outras propriedades.  Em 1206 mudou-se a Reykholt, a oeste da Islândia. Um sinal de seu prestígio e poder é o fato de ter sido eleito por duas vezes "homem de leis" (lögsögumaður) do parlamento islandês (Alþingi), o cargo mais alto na antiga Comunidade Islandesa. Snorri ocupou esse cargo entre 1215 e 1218 e novamente entre 1222 e 1231.


Obras


O casamento de Snorri e Herdis aparentemente não foi muito feliz, e em 1224 ele casou-se por segunda vez com Hallveig Ormsdóttir. Teve um total de dois filhos e três filhas; seu filho favorito morreu jovem, e as filhas foram unidas por matrimônio com filhos de chefes locais, como meio de tecer alianças com a elite islandesa.
Em 1218, Snorri viajou à Noruega para fazer alianças entre a nobreza norueguesa. Foi bem recebido pelo rei Haakon IV da Noruega (então com 14 anos) e pelo jarl (conde) Skule Bardsson, sendo nomeadoescudeiro e vassalo. Retornou à Islândia dois anos depois, onde escreveu o Háttatal ("lista de métricas poéticas"), em homenagem ao rei e ao conde. Este longo poema compõe a última parte da Edda em prosa.
Na Islândia, a situação política de Snorri tornou-se difícil. Seu sobrinho, Sturla Sighvatsson, liderou uma força armada contra ele em Reykholt em 1236. Snorri fugiu à Noruega, onde o rei Haakon e o agora duque Skule encontravam-se em meio a um conflito. Passou dois invernos no país na companhia de Skule e seus parentes, tendo sido designado conde (jarl) pelo duque. O rei Haakon, desconfiando da amizade entre os dois, proibiu Snorri de deixar a Noruega, mas este viajou mesmo assim. Seu irmão e sobrinho haviam sido mortos numa batalha, o que permitiu a Snorri retornar à Islândia sem temor.
O rei Haakon derrrotou as forças de Skuli numa batalha no verão de 1240. Snorri foi declarado traidor, e um emissário do rei, Gissur Torvaldsson, foi enviado à Islândia com ordens de trazê-lo de volta à Noruega ou matá-lo. Os homens de Gissur surpreenderam Snorri em suas terras em Reykholt e o assassinaram no outono de 1241.

Snorri é geralmente considerado o autor da Edda em prosa, uma obra complexa composta por quatro partes[2]: um Prólogo que tenta harmonizar a mitologia nórdica com a tradição greco-romana, seguida da Gylfaginning ("a ilusão de Gylfi"), uma narrativa fantástica em que, por meio de um diálogo entre o rei lendário Gylfi e o deus Odin, é explicada grande parte da cosmologia e mitologia nórdicas. A terceira parte é a Skáldskaparmál ("linguagem poética"), outra fonte importante de lendas nórdicas escrita como uma espécie de manual de arte poética para escaldos (skald; os poetas nórdicos). A última parte é o Háttatal, uma lista de formas de métrica poética.
A base mais importante para a atribuição de autoria da Edda em prosa é um trecho do Códice de Uppsala (um manuscrito do século XIV que inclui a Edda) que afirma que a obra foi "compilada" por Snorri Sturluson. Porém, não é totalmente claro se ele foi apenas um compilador ou autor de toda a obra. A parte que com certeza foi escrita por ele é o Háttatal.
A Snorri também é atribuída a História dos reis da Noruega (Heimskringla), uma crónica dos reis nórdicos. A obra começa com a lendária Saga dos Ynglings, mas torna-se subsequentemente mais histórica, especialmente a partir do rei Halfdan o Negro e seu filhoHaroldo Cabelo Belo. Dentro da Heimskringla cada rei tem sua própria saga, sendo a mais extensa a de Olavo, o Santo, rei da Noruega morto em 1030 e canonizado em 1164.
Como historiador e mitógrafo, Snorri é famoso por ter sustentado a teoria (na Edda em Prosa) que os deuses mitológicos começam como líderes de guerra humanos e reis cujos sítios funerários se tornam objeto de culto. À medida que as pessoas os invocam esse líder morto quando vão à batalha, ou o rei morto quando eles em frente dificuldades nas tribos, elas começam a venerar a figura. Eventualmente, o rei ou soldado é lembrado apenas como um deus. Ele também propôs que quando uma tribo derrota outra, explica sua vitória dizendo que seus deuses estavam em guerra com os deuses dos outros.

Assim, como citei acima. Snorri dividiu as Eddas em 3 partes:
São elas:

1 - Gylfaginning, ou a Visão ou alucinação de Gylfi (c. 20,000 palavras), é a primeira parte do Edda em prosa de Snorri Sturluson, após o Prólogo. O Gylfaginning trata da criação e da destruição do mundo dos deuses nórdicos e muitos outros aspectos da mitologia nórdica. A segunda parte do Edda em prosa é chamada de Skáldskaparmál e a terceira de Háttatal.


2 - Skáldskaparmál ("linguagem da poesia") é a segunda parte do Edda em prosa de Snorri Sturluson, um diálogo entre o deus nórdico do mar, Ægir e Bragi, deus da poesia. Nele, são discutidos tanto a mitologia nórdica quanto a natureza da poesia. São descritas as origens de diversas kennings, e Bragi prove uma lista sistemática delas para várias pessoas, lugares e outras coisas. Bragi também discute a linguagem poética em detalhes, em particular o heiti.

3 - Háttatal (c. 20.000 palavras) é a última secção da Edda em prosa composta pelo poeta e historiador islandês Snorri Sturluson. Exemplifica, essencialmente, os tipos de versos usados na poesia em língua nórdica antiga.


Edda em verso ou Edda Poética é uma coleção de poemas em nórdico antigo preservados inicialmente no manuscrito islandês Codex Regius, do Século XX. Junto com a Edda em prosa, de Snorri Sturlusson, é a mais importante fonte de informações sobre a mitologia nórdica e de heróis lendários germânicos.

Incluídos no Codex Regius

  • Völuspá (A profecia da mulher sábia, A profecia da vidente)
  • Hávamál (A balada do mais alto, Os ditos de Hár, Os ditos do mais alto)
  • Vafþrúðnismál (A balada de Vafthrúdnir, A canção de Vafthrúdnir, Os ditos de Vafthrúdnir)
  • Grímnismál (A balada de Grímnir, A canção de Grímnir, Os ditos de Grímnir)
  • Skírnismál (A balada de Skírnir, A canção de Skírnir, A jornada de Skírnir)
  • Hárbarðsljóð (O poema de Hárbard, A canção de Hárbard)
  • Hymiskviað (A canção de Hymir, O poema de Hymir)
  • Lokasenna (A discussão de Loki, O cinsurso de insultos de Loki, A disputa de Loki)
  • Þrymskviða (A canção de Thrym, O poema de Thrym)
  • Völundarkviða (A canção de Völund)
  • Alvíssmál (A balada Alvís, A canção Alvís, Os ditos de toda a sabedoria)

Não incluídos no Codex Regius



  • Baldrs draumar (Os sonhos de Baldr)
  • Rígsþula (A canção de Ríg, O canto de Ríg, A lista de Ríg)
  • Hyndluljóð (O poema de Hyndla, A canção de Hyndla)
  • Völuspá in skamma (A curta Völuspá, The Short Seeress' Prophecy, Short Prophecy of the Seeress) - incluído em Hyndluljóð.
  • Svipdagsmál (A balada de Svipdag, A canção de Svipdag) - Este título original de Bugge, actualmente compõe os dois poemas:
  • Grógaldr (O feitiço de Gróa, Feitiços de Gróa)
  • Fjölsvinnsmál (A balada de Fjölsvid, A canção de Fjölsvid)
  • Gróttasöngr (A canção de Mill, A canção de Grotti) (não incluído em muitas edições)
  • Hrafnagaldur Óðins (A canção do corvo de Odin, O canto do corvo de Odin). (não incluído em muitas edições).
Entre as inúmeras Eddas já escritas, as mais faladas e citadas em livros   sobre Mitologia Nórdica, é o Hávamál e o Völuspá .

Völluspa 

Völuspá (A Profecia da Vidente) É o nome do primeiro e mais conhecido poema da Edda poética. Conta a história da criação do mundo e de seu iminente final, narrada por uma völva e dirigida a Odin. É uma das principais fontes primarias para o estudo da mitologia nórdica.
A profecia começa com uma invocação a Odin, após a qual a vidente começa a relatar a história da criação do mundo de forma resumida. A vidente explica como conseguiu tal conhecimento, conhecendo assim a fonte da onisciência de Odin, e outros segredos dos deuses de Asgard. Menciona os acontecimentos presentes e futuros, aludindo a muitos dos mitos nórdicos, como a morte de Baldr e a prisão de Loki. Por último, a vidente fala do fim do mundo, Ragnarök, e de sua segunda vinda.

Preservação

O Völuspá é encontrado no manuscrito de Codex Regius (ca. 1270) e no Codex Hauksbók, de Haukr Erlendsson (ca. 1334), e muitas de suas estrofes são citadas ou parafraseadas na Snorri Sturluson da Edda em prosa (escrita ca. 1220, o mais antigo manuscrito existente data de ca. 1300). A ordem e o número de estrofes variam em suas fontes. Alguns editores e tradutores reorganizaram o material ainda mais. A versão do Codex Regius é geralmente usada como base das traduções.


Estrutura



O poema consiste em cerca de 60 estrofes fornyrðislag. Na edição de Sophus Bugge, a versão de Hauksbók tem 59 estrofes enquanto a versão do Codex Regius tem 62 estrofes. Alguns manuscritos contem estrofes que não estão nos outros. A versão normalizada de Bugge tem 66 estrofes. O poema faz um uso esporádico de refrões.


Hávamál 


Hávamál ("Provérbios do elevado“) é apresentado como um único poema no Edda poético. O poema, próprio uma combinação de poemas diferentes, apresenta pela maior parte o conselho para viver e a sobrevivência composta em torno da figura central de Odin e alguns versos são escritos do perspective de Odin. Composto no medidor Ljóðaháttr, um medidor associado com o verso da sabedoria, Hávamál é prático e metaphysical no índice. Isto é particularmente aparente para a extremidade do poema, porque o poema desloca em um cliente de obter de Odin do alfabeto runico e o texto obscuro que relaciona-se aos vários encantos e soletra Odin sabe.

A única fonte sobreviver para Hávamál é contido dentro do 13º século Codex Regius e é pensado para ser não mais velho do que em torno do CE do ano 800 derivado though de uma tradição oral mais adiantada. Uma referência adiantada ao poema está perto Skáldaspillir de Eyvindr, encontrou dentro Hákonarmál em torno do CE do ano 960.

Com todos esses fatos acontecidos, Eddas sendo escritas, é normal de uma sociedade, evoluir, logo, foram fundados os países, e a fundação mais marcante foi a da Dinamarca, gravado no Saxo Grammaticus:

 Saxo Grammaticus 

... ("Saxão Gramático", em latim; cerca de 1150 - 1220) foi um historiador medieval dinamarquês do qual pouco se sabe. Os dezesseis livros sobre a história da Dinamarca do seu tempo, conhecidos como Gesta Danorum, são atribuídos a ele, e também constituem-se na nossa principal evidência da própria existência do autor. 

Com o avanço da civilização, fomos saindo do Período Pagão, pro Pós-Pagão, surgindo opositores a força de Odin. O mais conhecido, tendo até datas no Calendário do Hemisfério Sul, homenageando os Pagãos que foram contra o Cristianismo, ou até o detentor de todas as mortes causadas,






Olavo II da Noruega,

Olavo o SantoSankt Olav também conhecido como Santo Olavo (995 — 1030), foi rei da Noruega de 1015 a 1028. De origem viking, converteu-se ao cristianismo na cidade de Ruão e esteve a serviço do rei exilado Ethelred II de Inglaterra.
Regressou à Noruega em 1015. Por ser descendente do rei Haroldo I, foi reconhecido rapidamente como rei e tirou os nobres que regiam o país do poder. Introduziu uma administração central forte, completou a conversão, iniciada por Olavo I, dos noruegueses e ergueu igrejas por todo o território. É o padroeiro da Noruega e um dos poucos santos de origem norueguesa reconhecidos pela Igreja Católica.
Olavo II casou em fevereiro de 1019 em Sarpsborg com Astrid Olofsdotter, filha do rei Olavo da Suécia. Tiveram uma filha:
  • Wulfhilde (ca. 1020 – 1072), que se casou com o duque Ordulfo da Saxônia.
Com uma amante, Alvhild, teve um filho ilegítimo:
  • Magno, futuro rei da Noruega e Dinamarca.
e desta fase veio:




O ressurgimento atual das antigas tradições nórdicas.

Alguns estudiosos interpretaram o abandono e o esquecimento do legado espiritual ancestral nórdico como a concretização do Ragnarök, "o crepusculo dos deuses", o fim do mundo pagão e sua substituição pelo cristianismo. Os antigos deuses, porém, não "morreram", e seus arquétipos, mitos e valores apenas submergiram nas profundezas do inconsciente - individual e coletivo - à espera de serem trazidos novamente à luz da consciência. 
Depois da conversão ao cristianismo - imposta à força aos povos teutônicos e escandinavos -, seguiu-se o período de "dupla fé" ou dualidade religiosa, em que as tradições e costumes continuavam sendo mantidos, principalmente nas regiões mais remotas da Noruega e da Suécia. Na Islândia, foram os próprios monges que se empenharam em coletar e transcrever lendas e contos folclóricos, preservando assim o antigo legado. Muitas das histórias dos santos católicos são inspiradas nos mitos dos deuses pagãos. As lendas foram "cristianizadas", assim como os rituais e as igrejas, erguidas sobre os antigos locais sagrados ou sobre as ruínas dos poucos templos pagãos encontrados.
As datas de antigos festivais como Yule e Ostara (Ostara, inclusive foi comemorada ontem) foram transformadas em festas cristãs - Natal e Páscoa -, e muitos dos seus antigos costumes (como a reverência a uma árvore sagrada e a prática de troca de presentes e dos ovos pintados) continuam em uso até hoje, por não ter sido possível erradicá-los da memória popular. Os nomes das divindades regentes dos dias da semana (Tyr, Thor e Frigga) foram preservados, apesar da oposição cristã. O nome de Odin era o mais perseguido e considerado tabu, por isso mudou-se o nome em alemão para quarta-feira, dia dedicado a Odin, chamado de  Wodestag (preservado em inglês como Wednesday) para Mittwoch ("o meio da semana"). Motivos ornamentais, contos de fadas e costumes folclóricos preservaram uma boa parte da sabedoria ancestral, oculta nos símbolos, nos personagens e nas ditas "superstições" populares. Devido à sua associação com o "demônio" e o "castigo divino" dos seus adeptos, as práticas mágicas, curativas e oraculares foram as mais perseguidas e poucas conseguiram permanecer nas tradições familiares ou disfarçadas de superstições.




E LEMBRANDO!, HOJE É PRIMEIRO DIA DE OSTARA!








2 comentários:

  1. Galera, existe uma versão mais completa do Edda em Prosa a venda na Amazon como e-book. Caso alguém se interesse, o link é esse:
    http://www.amazon.com.br/gp/product/B00REREA6M

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