Um tempinho atrás eu estava no intervalo e um colega, de outra sala me fez a seguinte acusação:
"Gabriel, vem aqui e me prova que seu deus existe". Eu não querendo discutir sobre o assunto, lhe invitei para uma mesa e começamos a discutir sobre o cristianismo e o paganismo nórdico.
Eu para encurtar o assunto, sobre conhecimento de deuses e divindades whatever indaguei-o com essa questão:
"Amigo, me diga o nome de um deus 'meu'."
Ele todo elegante.
"Thor."
Agora me diga o nome de seu deus:
"Deus."
"Amigo, deus não é nome, é casta."
"Não, existe vários significados para ele, mimimimi"
Eu majestosamente fiz o exemplo básico:
"Caro amigo, se eu chamar aquela pessoa de COISA, ela irá saber que é com ela?"
"Não"
"E se eu chama-lo de Leonardo (seu respectivo nome)? Ele olhará? "
"Lógico"
"Então concorda, se eu chamar um dia 'DEUS', QUANTOS MIL DEUSES IRÃO OLHAR PRA MIM ?"
e o silencio se expandiu numa velocidade nunca antes vista.
Eu tomei a iniciativa de fazer uma leve pesquisa, sobre isso, vamos lá.
As fés monoteístas acreditam que há e só pode haver um único ser supremo. No politeísmo acredita-se na coexistência de diversas deidades (ou divindades). As concepções destes seres variam enormemente em cada cultura, mas a palavra Deus em português (e as traduções em línguas neolatinas) é referida para designar todos estes conceitos.
Religião abraâmica, também referido como monoteísmo do deserto, é uma designação genérica para as religiões que derivam da tradição semítica que têm na figura do patriarca Abraão o seu marco referencial inicial. Stricto sensu as religiões consideradas abraâmicas são: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Muitos nomes de Deus são comuns entre as três religiões, principalmente entre o Judaísmo e o Cristianismo, já que este é derivado daquele.
Judaísmo
O tetragrama
Dentro do judaísmo, o nome mais importante do Criador é o que conhecemos como tetragrama, nome dado às quatro letras que formam o nome da divindade. Este nome é em hebraico יהוה (YHWH), que de acordo com a tradição judaica é a terceira pessoa do imperfeito no singular do verbo ser . Esta teoria é baseada no Êxodo capítulo terceiro, versículo décimo-quarto, constitui a base do monoteísmo judaico-cristão.
Devido ao mandamento de não pronunciar o nome do criador em vão, desenvolveu-se entre os judeus um profundo sentimento de reverência para com esta palavra, de forma que a pronúncia correta tornou-se restrita, somente utilizado em ocasiões de extrema solenidade como no dia do Yom Kippur. Em outras ocasiões, pronunciava-se Adonai (meu Amo, meu Senhor) em lugar do nome do Criador. Com o tempo, esta pronúncia perdeu-se e qualquer tentativa de se estabelecer a pronúncia correta é sujeita a discussões diversas.
A forma reduzida do termo Yah é utilizada como prefixo e sufixo de diversos nomes hebraicos como Yehoshua (Yah no início: Yah + Hoshea), Yermeyahu (Yah no final + u), entre outros.
Adonai
A palavra Adonai vem do hebraico אֲדֹנָי, plural da palavra Adon (Senhor, Amo). Esta palavra era utilizada pelos fenícios para o deus pagão Tamuz e era o nome do deus grego Adonis. Os judeus utilizam esta palavra em relação a YHWH no lugar de pronunciar o tetragrama em orações e ocasiões solenes. Coloquialmente, utilizam a palavra HaShem (O Nome) para referir-se ao Criador. Quando os massoretas adicionaram a pontuação vocálica ao texto das escrituras, as vogais de Adonai foram adicionadas ao tetragrama para que se fosse lembrado que deveria ser lido Adonai no lugar do tetragrama. Esta vocalização criou a palavra Yahowah.
Em português, Adonai é traduzido geralmente como Senhor.
Ehyeh-Asher-Ehyeh
O nome Ehyeh (hebraico: אֶהְיֶה) vem da frase אהיה אשר אהיה "ehyeh-asher-ehyeh" (Êxodo 3:14), geralmente traduzida como Eu sou o que sou.
El
A palavra El aparece em diversas línguas semíticas como o fenício, aramaico e o acadiano. No hebraico אל significa originalmente acima , elevado, alto, e é utilizado para deuses pagãos e para o Criador de Israel, geralmente sendo associado a atributos da divindade como em: El Elyon' ("O mais Elevado"), El Shaddai ("O Elevado Todo-Poderoso"), El Hai ("O Elevado Vivo"), El Ro'i ("O Elevado que Vê"), El Elohe Israel ("Elevado, o Elevado de Israel "), El Gibbor ("O Elevado Forte "). Também é utilizado como sufixo de nomes hebraicos como Gabriel, Daniel, Rafael e outros.
Em português, El e Elohim são geralmente traduzidos como Deus.
Elohim
Termo comum usado nas escrituras hebraicas, Elohim (em hebraico: אלהים) é o plural da palavra Eloah (אלוה), considerado pelos estudiosos judeus como plural majestático (pluralis majestatis) ou de excelência (pluralis excellentiæ), expressando grande dignidade, traduzindo-se por "Elevadíssimo" ou "Altíssimo". Porém esse termo, na verdade, é uma deformidade equívoca da pronúncia do termo correto original "Ulhim", que ocorre a primeira vez no livro de Gênesis, na criação e significa "deuses" ou "entidades". Definido doutrinariamente como o conceito da Trindade.
HaShen
HaShem (no hebraico: השם) significa O Nome, e é utilizado durante as ocasiões normais da vida cotidiana, enquanto Adonai é utilizado no contexto religioso. Este termo não é bíblico, aparecendo a primera vez nos Rishonim (autoridades rabínicas medievais).
Yah
O nome Yah é composto das primeiras duas letras de YHWH. Aparece frequentemente em nomes hebraicos, tais como o do Profeta Elias. A expressao Aleluia ou Hallelujah, também é derivado deste, bem como o termo Jah do movimento Rastafári.
Cristianismo
Javé ou Jehová são vocalizações comuns do nome pessoal de Deus baseados no tetragrama hebraico.
A maior parte das Bíblias cristãs modernas removeu este nome em quase todas as sete mil ocorrências contidas nas Escrituras Hebraicas, normalmente usando a palavra Senhor ou uma alternativa semelhante.
A remoção foi causada num determinado período, por uma tradição, criada por judeus copistas, que passaram a ter receio de que o nome sagrado fosse usado ou pronunciado de modo indevido ou sem o devido respeito pelas pessoas que tivessem acesso aos textos sagrados.
Monoteísmo
Grande parte das vertentes cristãs herdaram do judaísmo a crença na existência de um único Deus, criador do universo e que pode intervir sobre ele. Os seus atributos mais importantes são por isso a onipotência, a onipresença e onisciência. Os teólogos do chamado Teísmo aberto discutem a atribuição destes atributos (ou parte deles) a Deus.
Outro dos atributos mais importantes de Deus, referido várias vezes ao longo do Novo Testamento, é o amor: Deus ama todas as pessoas e estas podem estabelecer uma relação pessoal com ele através da oração.
A maioria das denominações cristãs professa crer na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser eterno que existe como três pessoas eternas, distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A doutrina das denominações cristãs difere do monoteísmo judaico visto que no judaísmo não existem três pessoas da Divindade, há apenas um único Deus, e o Messias que virá será um homem, descendente do rei David.
Jesus
Outro ponto crucial para os cristãos é o da centralidade da figura de Jesus Cristo. Os cristãos reconhecem a importância dos ensinamentos morais de Jesus, entre os quais salientam o amor a Deus e ao próximo, e consideram a sua vida como um exemplo a seguir. O cristianismo reconhece Jesus como o Filho de Deus que veio à Terra libertar os seres humanos do pecado através da sua morte na cruz e da sua ressurreição, embora variem entre si quanto ao significado desta salvação e como ela se dará. Para a maioria dos cristãos, Jesus é completamente divino e completamente humano.
Há no entanto, uma recorrente discussão sobre a divindade de Jesus. Aqueles que questionam a divindade de Cristo argumentam que ele jamais teria afirmado isso expressamente. Os que defendem a divindade de Cristo, por sua vez, valem-se de versículos que, através da postura de Jesus e dentro do próprio contexto cultural judaico da época, deixariam clara sua condição divina.
Outros textos considerados sagrados
Alguns cristãos consideram que determinados escritos, para além dos que fazem parte da Bíblia, foram divinamente inspirados. Os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias atribuem a três livros a qualidade de terem sido inspirados por Deus; esses livros são o Livro de Mórmon, a Doutrina e Convênios e a Pérola de Grande Valor. Para os Adventistas do Sétimo Dia os escritos de Ellen G. White são uma manifestação profética que, contudo, não se encontra ao mesmo nível que a Bíblia.
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