domingo, abril 15

A Cristianização Nórdica - O Ultimo Ciclo é dos Cristãos.


(Arte da Capa: Gabriel Pavão (CEO do Dankzij Yggdrasil - Twitter → @zverge)

Muitos se perguntam, como a religião judaico-cristã, conseguiu se espalhar around the world. Alguns, como o exemplo da Mitologia Grega, falam que Jesus - o próprio, filho do deus cristão, Yaweh - chega ao monte Olimpo e sai sentando o cacete em todo mundo, etc.
Na mitologia nórdica, não sei se sabem, têm o Ragnarök - O crepúsculo dos deuses - e todos os leitores asidos, sabem que tanto Thor, quando Odin, morreram nesse "evento", logo, a unica vertente de cristianização, vem a seguir.

A conversão paulatina e demorada do norte europeu ao cristianismo iniciou-se com a conversão de algumas tribos germânicas - que tinham invadido o território romano - a uma força incipiente de "cristianismo ariano", que deu origem à Igreja gótica, cuja bíblia foi traduzida para o gótico. Essa vertente foi abolida por incluir elementos pagãos e representar uma ameaça para a Igreja Cristã. Os francos, inimigos culturais e militares dos godos, foram convertidos em 496 e se tornaram aliados dos cristãos; depois de convertidos, fizeram uma aliança com o papa e, com sua ajuda militar, começaram a converter as tribos teutônicas vizinhas (sim, você leu certo, AJUDA MILITAR!), destruindo aos poucos o seu legado religioso ancestral. Os reinos ingleses permaneceram pagãos até o século VI e os primeiros cristãos convertidos no sudoeste da Inglaterra foram mortos ou escravizados pelas tribos de anglo-saxões. A imposição da fé cristã foi possível com a conversão inicial dos reis, pressionados pelos missionários do papa. Estes sabiam ser mais eficientes converter primeiro os dirigentes, que depois iriam obrigar seus súditos a aceitarem a nova fé. Isto de fato aconteceu até o século VII, com a cristianização de todos os reinos da Inglaterra.
As tribos assentadas na Alemanha - como os francos, godos e frísios - foram convertidos em definitivo durante o século VII, quando a dinastia reinante dos merovíngios foi substituída pelos carolíngios. O rei Carlos Magno perseguiu os saxões, executando milhares de nobres que se opunham à cristianização forçada, cortou o pilar sagrado Irminsul - centro e símbolo de seus cultos - e tornou-se líder dos cristãos europeus, sendo coroado pelo papa como imperador et augusto, antigo título dos césares. Depois da sua coroação, ele iniciou sangrentas cruzadas cristãs na Irlanda e no Leste Europeu, convertendo os povos a ferro e fogo, destruindo templos e locais de culto e matando os pagãos que resistiam ao batismo cristão.

É galera cristã, que está lendo isso, essa parte eles não contam na bíblia nem nos cultos né? :)

A fragmentação paulatina do império de Carlos Magno - culminando com sua morte - facilitou a continuação do paganismo na Escandinávia, até que os monarcas, visando alianças e apoio cristão, proclamaram sua conversão e impuseram à força ao cristianismo ...

... EPA, PERA AE GABRIEL, É ISSO MESMO? SE O PAGANISMO NÃO EXISTISSE, NÃO HAVERIA CRISTIANISMO FORTE? HMMMMM ...

... apesar da oposição e resistência dos seus súditos. No final do Período das Migrações, pequenos reinos tinham sido estabelecidos na Escandinávia, onde o paganismo sobreviveu durante séculos e recebeu um grande impulso no Período Viking, com rituais e sacrifícios aos deuses e inúmeros testemunhos gravados em runas e em cenas míticas sobre pedras e monumentos funerários.
O primeiro país a ser convertido foi a Dinamarca, seguida pela Noruega, onde as duas religiões coexistiram por um bom tempo, devido à ferrenha oposição do povo e ao fracasso das tentativas reais de abolir os antigos costumes. Mesmo assim prevaleceu durante um tempo a "fé dupla", coexistindo missas cristãs e cerimônias e práticas pagãs. Apenas no século X, o Rei Olaf Haraldsson - Não confundir com esse Olaf - (canonizado como santo após sua morte) impôs o cristianismo na Noruega usando força armada, incendiando temples, torturando e matando quem resistisse ao batismo feito em nome de Cristo.
Como na Islândia era dirigida pela assembleia Thing, a conversão aconteceu apenas no ano 1000, supostamente devido a uma visão sobrenatural do representante legal, mas na realidade forçada por uma recompensa por ele recebida (prática cristã comum). Vários escritos cristãos relatam a vitória dos padres sobre os sacerdotes pagãos em competições mágicas e realizações de "milagres", táticas usadas para converter o povo seguindo o modelo usado nos "relatos bíblicos". Na Suécia houve várias tentativas de cristianização que fracassaram devido à revolta popular. A fé cristã foi aceita apenas no reinado de Eric IX, em 1160 e ele tornou-se o sando padroeiro da Suécia. A Suécia resistiu mais tempo apoiada pela sua estabilidade econômica obtida pelo comércio com a Rússia, onde vários assentamentos tinham sido criados pelos vikings, conhecidos como Rus, "os ruivos", termo que deu origem ao nome do país. O tempo pagão de Uppsala, perto da atual capital Estocolmo, permaneceu por muito tempo como centro de cultos e sacrifícios de dicados aos deuses, Odin, Thor e Frey, até ser queimado em 1100 por fanáticos cristãos, que depois ergueram uma capela sobre suas ruínas.
Depois de inúmeras imposições legais e revoltas populares, a fé cristã venceu parcialmente, pois as práticas pagãs continuaram sendo aceitas até 1120, quando os últimos pagãos foram batizados à força por serem torturados. Igrejas cristãs foram construídas sobre antigos locais sagrados ou no lugar dos templos destruídos; cruzes foram fixadas ou gravadas nos monumentos rúnicos; pedras rúnicas usadas nas fundações e pisos das igrejas, cenas míticas adaptadas para os requisitos cristãos (entalhadas em pedras ou nos portais de igrejas) e as datas festivas do calendário pagão foram transformados com santos cristãos, como por exemplo Odin com São Miguel e Jesus, Freyja com Santa Lúcia e Maria Madalena, entre outros.
Muitas tradições antigas foram preservadas pelas lendas e contos de fadas, e adaptadas costumes cristãos e nas "superstições" populares, por não ter sido possível à Igreja apagá-las da memória dos deuses, como no caso de Odin, descrito como um mestre xamã e dirigente sábio, que introduziu certos costumes, ensinou práticas e mitos pagãos e morreu ferido por uma espada. No interior, principalmente da Suécia e da Islândia, os deuses, os seres espirituais, os guardiões da natureza e os ancestrais, sendo lembrados e reverenciados. Símbolos rúnicos foram usados por muito tempo nas pedras funerárias, associados com cruzes e dizeres cristãos, até que todo o legado dos ancestrais foi mergulhando aos poucos nas brumas do esquecimento no inconsciente coletivo, aguardando o dia em que seriam novamente reativadas e lembradas.



9 comentários:

  1. muito legal ---> mostra oque ouve com os vikings e e como o cristianismo é tão popular

    Eu sou Pagão

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  2. Sim, é o que todas as igrejas escondem ou ao menos sabem realmente o que aconteceu.

    Nós somos Pagãos! Hail!

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  3. Eu não sou pagão, mas um homem desceu do Céu com grande Poder, ao tocar seus Pés no Chão da descida daquela ALTURA, deu grande impacto! Ele pegou em minhas mãos, e me levou a outra dimensão, abriu a bíblia diante de mim, e me ensinou.

    Não sou o que sou devido a igreja que existem por ai, mas Devido a Jesus, meu Senhor e Salvador!

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    1. Cara, desculpe. Mas cristãos não tem lugar nesse blog, o conteúdo aqui é inteiramente pagão, tal como eu. Mas obrigado pelo feedback.

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  4. olá estudo história e me interesso muito por cultura nórdica, só para acrescentar; existem relatos sobre grupos de resistência vikings, procure por Leif Björnnson, eles se opunham a dominação cristâ e sua imposição, o que chamariam hoje de "rebeldes", ora como podem ser pecadores ou rebeldes se só defendem seus costumes e cultura? enfim, maldita seja a espada romana que destruiu civilizações em nome de cristo.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Realmente, os cristãos impunham a força suas práticas religiosas, mas pera aí... Esqueceu de mencionar que as práticas religiosas tradicionais incluíam sacrificios humanos? E também matavam quem não aceitasse seus deuses? Então não venha aqui falar mal do cristianismo como se fosse a pior coisa. A base religiosa jamais manda que façam o que eles faziam, quem é mau são as pessoas, e todas elas naquele tempo eram assim, principalmente os pagãos. Então não culpe uma religiao pelas pessoas más que a praticavam erroneamente.

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    1. Concordo plenamente. Ele diz "isso não éditoé na Biblia e nos cultos", porém a Bíblia não inclui a história após 70 D.C! E as igrejas atuais não concordam com esses atos pois a Bíblia ensina "Pregai o evangelho a toda criatura" e não "matai a toda criatura". A conversão de alguns reis era puro interesse político e forçava a conversão de seus povos para que mantivessem uma cultura parecida com as potências do período. Não podemos culpar o cristianismo mas podemos culpar os reis e militares que fizeram tais atos.

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  7. Quando o autor cita os cristãos, parece falar do próprio Diabo, mas quando cita os pagão, o faz de forma suave. Faz questão de enfatizar a crueldade cristã, enquanto alardeia uma suposta gentileza pagã. Este blog não parece estar interessado na História (com "h"). E não, a bíblia não menciona o período da história citado no artigo, porque se a bíblia citasse todos os fatos históricos não seria a bíblia, seria um livro de história. Não, e nem todos os cristãos são adeptos da Sola Scriptura, há outras fontes além da bíblia. Enfim, o autor conta a história usando uma linguagem tendenciosa e usa isso para atacar um espantalho que supostamente seria Cristianismo.

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