domingo, dezembro 30

Saturnália e Brumália




Durante os três primeiros séculos da nossa Era os cristãos não celebravam o Natal. Na Bíblia, não há referências sobre o dia do nascimento de Jesus Cristo, nem recomendações para esse dia fosse celebrado, como seriam seus aniversários de morte e ressurreição.
Portanto, ao contrário do que muitos acreditam, a origem do Natal não está no nascimento de Jesus. A festa natalina tem origem pagã, associada às comemorações denominadas Saturnália e Brumália.
A Saturnália, festa em homenagem ao deus romano Saturno, ia de 17 a 24 de dezembro. Era uma comemoração alegre, com muita dança, em que ricos e pobres conviviam igualmente, com os senhores servindo os servos, numa inversão de papéis.

No dia 25 de dezembro, imediatamente após a Saturnália, comemorava-se a Brumália, o nascimento do deus-sol, ou "o nascimento do Sol Invicto". A data, para eles, no Hemisfério Norte, coincidia com o solstício de inverno, dia "mais curto do ano", com menos horas de luz. A partir do solstício de inverno, as noites começam a diminuir, e os dias a aumentar.
Em tempos remotos, os persas também tinham seus deuses inspirados no sol, e comemorações nos dias 24 e 25 de dezembro.
No dia que corresponde ao nosso 24 de dezembro, os persas queimavam o seu deus Agni, construído a partir de um tronco de árvore, e colocavam outro, novo, em seu lugar.

Com o novo deus, os dias começavam a aumentar porque, segundo supunham, o seu deus jovem estava cheio de vigor para produzir dias maiores. Adoravam-no então com diversas solenidades aparatosas e sacrifícios humanos.
No dia seguinte celebravam um estranho ritual: no templo onde ficava o deus Agni, havia uma fresta na cortina do lado oriental, por onde penetrava o sol ao amanhecer. Os raios iam incidiam na parte posterior da cabeça do sacerdote, que era dotado de uma careca espelhada. Ao refletirem-se nela projetavam-se num espelho em forma de sol, e daí incidiam no deus feito de madeira.

Já a festa germânica pagã do solstício do inverno, a Yule, tinha como costumes principais os grandes banquetes, a folia, a troca de presentes, os enfeites e as árvores.

E como da comemoração da Saturnália e da Brumália chegamos ao Natal cristão?

Veja o que conta a "Nova enciclopédia de conhecimento religioso de Schaff-Herzog" (The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge):

"As festividades pagãs de Saturnália e Brumália estavam demasiadamente arraigadas nos costumes populares para serem suprimidas pela influência cristã. Essas festas agradavam tanto que os cristãos viram com simpatia uma desculpa para continuar celebrando-as sem maiores mudanças no espírito e na forma de sua observância. Pregadores cristãos do ocidente e do oriente próximo protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam seus irmãos ocidentais de idolatria e de culto ao sol por aceitar como cristã essa festividade pagã.
Recordemos que o mundo romano havia sido pagão. Antes do século IV os cristãos eram poucos, embora estivessem aumentando em número, e eram perseguidos pelo governo e pelos pagãos. Porém, com a vinda do imperador Constantino (no século IV), que se declarou cristão, elevando o cristianismo a um nível de igualdade com o paganismo, o mundo romano começou a aceitar este cristianismo popularizado e os novos adeptos somaram a centenas de milhares.
Tenhamos em conta que esta gente havia sido educada nos costumes pagãos, sendo o principal aquela festa idólatra de 25 de dezembro. Era uma festa de alegria (carnal) muito especial. Agradava ao povo! Não queriam suprimi-la."

quarta-feira, dezembro 26

DANK HEM, DANK HEM !!!



Um grande e nobre Hail para todos os, por assim dizer: Dankzijeiros, beleza ... melhor não.

Enfim bravos guerreiros, durante esse ano percorremos longos caminhos entre as montanhas ríspidas do norte, cavalgamos sobre as planícies do leste até os mares cinzentos do sul e sobrevoamos no lombo de um dragão pelos campos floridos do oeste, até que chegamos num ponto crítico de que fiz uma descoberta:

VOCÊS SÃO FODAS PRA CARALHOOOOOOOW

Esse ano, fiz pesquisas, li pra caralho, relembrei histórias que a mim foram contadas, me contaram mais historias relativas, complementei pensamentos e por mais incrível que pareça ensinei pessoas sobre nossa cultura, nossa religião, nossa mitologia.

Todo público leitor que pelo menos um dia clicou no link pra entrar no Dankzij, deixou um comentário (que diga-se de passagem, é importante pra caralho pra mim, mais do que as visualizações até), alguns comentário dizendo: Porra Anão, seu texto é bom pra porra continue assim ; Pow cara, valeu, sanou minhas dúvidas sobre tal coisa. Cara isso tudo é demais, o blog não é um Não Salvo, um Jovem Nerd de audiência, mas o público que eu tenho aqui, por mais que não os conheça levarei em minha jornada até o dia em que uma Valkirya vier buscar minha alma.


DANK HEM, PAGANBROEDERS!

OBRIGADO, IRMÃOS PAGÃOS!

Que Odin abençoe cada passo, cada atitude, ação, seja ela consequente ou não,

DANK HEM, DANK HEM, DANK HEM VOOR AL DAT BLONDE BEER!!

domingo, dezembro 23

O Ciclo Anual




Também chamada a Roda do Ano, o ciclo de Sabats é uniformemente celebrado por todas as correntes modernas de neopaganismo, uma celebração do ciclo do Sol e da Terra representados pela Deusa e o Deus.

O primeiro passo de qualquer praticante é estabelecer um forte laço com a Terra, entrar em sincronia com as estações e energias telúricas, e nestas datas energias especiais estão fluindo.

Yule (Solstício de Inverno no Hemisfério Norte, 21 de Dezembro): associado à Lua Nova, é o dia mais curto do ano, e o ritual simboliza o nascimento do Deus Sol, que ganhará a cada dia mais força; o deus recém nascido é o novo ano que se inicia, promessa e luz, e o Sol nascente é saudado em ritual. No hemisfério Sul o Solstício de inverno ocorre a 21 de Junho.
Yule é um período de recolhimento, meditação, reflexão sobre o mundo e sua vida, em que nos conscientizamos sobre nossos hábitos, temos de nos conhecer melhor para saber onde podemos nos aprimorar. A árvore enfeitada que é símbolo de Yule (beijão ae, fãs de Jesus ...) nos lembra da Primavera futura, mas em parte representa a nós mesmos, e o ato de decora-la deve ser imbuído de lembranças, sentimentos e projetos para o futuro. No hemisfério Sul, ao invés de decorar pinheiros, pode-se usar laranjeiras, pois a laranja lembra o fruto solar.

Imbolc (Candlemas, 01 de Fevereiro): os dias são mais longos, brotos surgem na terra. O ritual de limpeza e iniciação dão personalidade ao Deus, e existe mais consciência na disposição geral das coisas. Era uma data em que se celebrava a lactação dos rebanhos, havia luz mas ainda não havia calor. No hemisfério Sul ocorre a 01 de Agosto.
Imbolc é o tempo de focalizar no espírito criativo, a Deusa honrada em geral é Brighid, deusa da poesia, cura e manufatura de metais. Em tempos modernos ler um novo livro ou fazer um curso são atividades apropriadas para Imbolc, e também aprender técnicas artesanais, ou de cura.

Ostara (Equinócio de Primavera, 21 de Março): em toda a natureza existe brotos, nascimentos, o pulso da vida é tão intenso que tudo o que se plantar frutificará; o equilíbrio entre dia e noite representam a virgem e o Deus jovem que se encontram, estão atingindo a maturidade. O ritual barulhento com tambores e latas tem por função acordar a Deusa, a Terra. No hemisfério Sul o Equinócio de Primavera ocorre a 21 de Setembro.
Ostara traz uma época de tempestades, raios iluminam o céu escuro, e no hemisfério norte é possível sair para locais abertos pois está menos frio, passeios ao ar livre são uma atividade deste período. Os ritos pessoais de Ostara incluem plantar sementes que depois se acompanha crescendo, e na Europa os coelhos e ovos são também um símbolo deste período, as famílias se reúnem e decoram ovos com tintas naturais. 


Beltane (01 de Maio): a jovem Deusa e o jovem Deus se unem no casamento sagrado, e ritos de fertilidade como a dança ao redor do mastro e as guirlandas de flores selam a união. Rituais ao lado de fogueiras celebram o casamento sagrado, e cestas de prosperidade cheias de flores e frutos são dadas de presente. No hemisfério Sul ocorre a 01 de Novembro.
Beltane sempre foi a festividade mais ligada à Terra, e a mais animada entre os celtas. Uma atmosfera de alegria faz com que se demonstre gentileza a estranhos, e mesmo nos dias de hoje se tem o costume de trocar cestas, preparando especialmente a cesta de cada amigo com as coisas que ele gosta e símbolos das coisas que você lhe deseja. Comemorações na cidade dificilmente podem incluir uma fogueira, mas uma churrasqueira acesa congregando amigos tem o mesmo efeito, e as guirlandas de flores podem ser substituídas por pequenos ramos ou vasos colocados em seu local de trabalho e casa. 

Litha ( Midsummer, Solstício de Verão, 21 de Junho): associado à Lua Cheia, o dia mais longo do ano, a culminação da Luz que doravante levará ao decréscimo da quantidade de Luz. O Deus se torna consciente de que vai ser pai, e assume responsabilidades, a Deusa, plena de vida, emite Luz e regozija-se. No hemisfério Sul o Solstício de Verão ocorre a 21 de Dezembro.
Litha é um período de equilíbrio, em que balanceamos nossa busca espiritual com a vida real e suas necessidades, e oferecemos aos outros trabalho prático, que pode ser ajuda voluntária dedicada a qualquer boa causa. Uma boa faxina em casa, talvez uma pintura, novas cores ao redor, arrumar armários e doar o que não se usa podem trazer ordem ao espírito, e abrir caminhos para novos projetos. Antigamente se fazia bolos que lembram o símbolo solar (redondos, com um furo no centro), decorados com flores e sementes, e se usava roupas verdes.

Lughnasad (Lammas, 01 de Agosto): os frutos aparecem na vegetação e ocorre a primeira colheita, o ventre da Deusa cresce, o Deus está no ápice de sua força. Com o primeiro trigo colhido dão feitos pães coloridos. No hemisfério Sul ocorre a 01 de Fevereiro.
Lammas é o período de colher, escolher e de estocar alimentos. Fazer compras em mercados, feiras, e lojas de comida em geral pode ser um exercício ritual. Ao escolher as compras pensamos em cada um dos familiares que irão consumi-las, e em como os queremos bem e queremos que suas vidas frutifiquem. Pensamos em cada um que plantou, cozinhou, colheu, transportou, e transferimos a eles e ao seu trabalho nossas bênçãos. É hora de honrar nossos ancestrais, então nada melhor que uma refeição especial em família para agregar estes símbolos, tendo ao centro um pão especial, que é a oferenda feita com os grãos da colheita, e pães especiais devem ser preparados para as crianças, pois elas são as sementes de colheitas futuras. 

Mabon (Equinócio de Outono, 21 de Setembro): tempo de colheita, tempo do grande Deus / veado-rei ceder sua posição, fabricação de vinho, colheita de frutos. A Deusa chora por seu consorte, que para defender o povo partiu em batalha, e este é outro ponto de equilíbrio entre dia e noite, mas sabemos que gradualmente a noite vai ganhar terreno, gerando uma crise de consciência à vista das mudanças que estão por vir. No hemisfério Sul o Equinócio de Outono ocorre a 21 de Março.

Mabon é um período de morte e renovação, quando as folhas ficam douradas e as hortas se reciclam, e antigamente se abatia animais cuja carne seria salgada para consumir no inverno. Na cidade, a melhor forma de celebrar este sacrifício ritual, é doando o que não se usa mais, especialmente roupas, para pessoas carentes, ou fazendo tarefas que normalmente se considera um sacrifício, conscientes de que o sacrifício imprime autodisciplina. Muitas tradições consideram Mabon o tempo da água, e freqüentemente fazem rituais à beira do mar ou lagos, símbolos dos ciclos eternos das marés. Em geral, qualquer ritual ou reunião de Mabon deve haver muita música, canto em conjunto e companheirismo. 


Samhain (Noite da Almas, All Hallows Eve, 31 de Outubro): É o ano novo celta, a colheita terminou, as plantas morrem e suas sementes ficam dentro do solo gelado esperando pela oportunidade de crescer; a Deusa reina como Anciã e o Deus está do outro lado do véu, no mundo dos mortos (Summerland), de onde vê o nascimento de sua semente, o jovem Deus renascido. Este é o tempo de honrar os mortos, nos rituais sempre se reserva lugares para os parentes que já partiram se sentarem e se reunirem com os vivos, e vemos a trama da reencarnação girando eternamente a Roda. No Hemisfério Sul ocorre a 30 de Abril.

Samhain encerra o ciclo do ano, e no hemisfério Sul este período é marcado pela passagem mágica das borboletas, símbolo máximo da morte e renascimento, da impermanência e da liberdade. No hemisfério norte, é a chegada do frio. O espírito de Samhin é de encerrar de forma correta ciclos que passaram, desde amizades e empregos perdidos a relacionamentos longos que não mais são positivos. Na cidade, o foco de celebração é o Halloween, com doces e crianças, abóboras esculpidas e decoração com espigas de milho, castanhas e sementes de toda espécie. A frase pagã que descreve Samhain é: "Tudo que foi perdido se encontra novamente, sob uma nova forma, de um jeito novo".


quinta-feira, dezembro 20

Ragnarök, O Crepúsculo dos Deuses.




Farei diferente neste post, ao contrario de todos os outros posts já feitos aqui no Dankzij, hoje foi fazer apenas minha análise do Ragnarök, já que estamos numa data que todos estão falando sobre o Fim do Mundo, é bom que os pagãos saibam alguma coisa sobre o nosso fim do mundo.

Como todos os mitos, Ragnarök pode ser analisado sob vários ângulo e compreendido em níveis diferentes. O enfoque principal, porém, será sempre o processo cíclico de destruição e reconstrução, de morte e renascimento, assim como também é a jornada da alma, que passa por etapas de finalização e recomposição, para assim alcançar novos patamares de evolução.
Alguns escritores fazem um paralelo entre o Ragnarök e o Apocalipse bíblico sincretizando Baldur como Cristo, Loki com o Diabo e a corneta do deus Heimdall com a trombeta do Anjo (multiplique tudo isso por -1, if u know what i mean). Mesmo que tenha recebido adaptações e retoques cristãos - na transcrição ou tradução -, não se pode afirmar que o Ragnarök seja um plágio cristão, pois as influências cristãs e as descrições apocalípticas (dos livros e as proferiidas nos sermões após a conversão), não possuíam a base mítica e mágica das crenças pagãs nórdicas, que as precederam por séculos.
Além da existência de conceitos semelhantes sobre o fim do mundo em outras culturas e tradições - como a iraniana ou celta -, o desenlace do Ragnarök representa o fim inevitável de um universo múltiplo, criado pela união de forças opostas e antagônicas: Fogo/gelo, gigantes/deuses. Tanto nos poemas e sagas islandesas, quanto dos Eddas, no folclore dinamarquês e sueco, encontram-se crenças populares sobre o fim do mundo, como o navio feito das unhas dos mortos, os monstros que devoram o sol e a lua, a queda das estrelas, a destruição do mundo por um gigante que se libertou do cativeiro, a terra submersa no mar, entre outras semelhanças como as descritas no poema  "Völluspa". Outros povos antigos também temiam o fim do mundo e o melhor vaticínio é encontrado em um ensinamento dos druidas que diz:" A alma e o mundo são indestrutíveis, porém virá um dia em que o fogo e a água irão prevalecer".
A destruição pelo frio ou calor intenso (o que diga-se de passagem, está acontecendo em São Paulo ... rs) e a submersão da terra por inundações eram temas corriqueiros da vida da população da Islândia, onde geleiras, gêiseres, lagos de água quente e erupções vulcânicas faziam parte do cenário natural. A presença quase permanente do frio intenso, das chamas e das nuvens de fumaça, além das ondas gigantes invadindo as praias, eram lembranças reais das catástrofes naturais e habituais na Islândia. Às imagens reais foram acrescentadas, com o passar do tempo, a mitos e histórias, enriquecendo a compreensão e aceitação da verdade histórica e do substrato mitológico. Os mesmos elementos míticos que tinham criado o mundo - fogo e gelo - podiam se tornar agentes da sua destruição, que seria seguida de uma reconstrução. A descrição poética da emergência de um novo mundo, purificado de todos os males e regenerado para começar um novo ciclo, pode ser vista como uma mensagem de esperança e sabedoria, que expressava crenças pagãs pré-cristãs e revelava o desejo universal do renascimento da alma após a morte física.

Além das inscrições rúnicas pré-viking sobre as pedras memoriais, encontradas em Skarpaler, na Suécia citando a inevitável destruição do mundo, existem pedras gravadas com cenas que evocam as descrições do Ragnarök, como as de um monstro com a mão e o pé (assim como Vidar fez para estraçalhar a boca do lobo Fenrir, que tinha matado Wottan, seu pai), um homem tocando uma corneta, outro lutando com serpentes, dois grupos de guerreiros se enfrentando, entre outras semelhanças comas descritas no poema "Völuspa".
Acredita-se que, no século X, existisse um amplo acervo de lendas, informações míticas e folclóricas e sobre o fim do mundo e o extermínio de deuses e seres humanos, que serviu como fonte de informação popular, pagã e pré-cristã para o Völuspa.

Na Islândia algumas cavernas vulcânicas se chamar Surthellr e havia várias histórias sobre Surt, um gigante dos vulcões que provocava sua erupção, jogando chamas e fumaça para o céu (Surt habitava Muspelheim e era possessor de uma Espada Flamejante  que no Ragnarök usou-a para incendiar os palácios de Asgard). A erupção do vulcão Skaptar Yökul, em 1783, lembra a sequência de eventos descritos em Völuspa: tremores de terra, a desaparição do sol debaixo de nuvens de fumaça e cinzas, as chamas derretendo as geleiras, catástrofe real era idêntica a descrição do poema, por isso é fácil compreender por que a elaboração do mito surgiu na Islândia, onde a interação do calor e frio, vida e morte era um elemento da realidade cotidiana. Mesmo que a destruição pelo fogo e pela água fizesse parte dos temores atávicos de vários povos, ela era mais presente nas regiões distantes do norte europeu, onde havia longos e gélidos invernos, mares tempestuosos, erupções vulcânicas ocasionais e persistiram durante séculos as antigas lendas sobre o fim do mundo e o seu renascimento do mar.
Embora seja fácil observar e compreender a semelhança entre os fatores ambientais, as circunstâncias naturais e sua assimilação e adaptação no poema Völuspa, permanecerem alguns enigmas e fatos inexplicáveis na narração dos episódios relacionados à participação das divindades. São mencionados os atos heroicos e a morte dos principais deuses e a sobrevivência de alguns dos seus filhos. No entanto, apenas uma deusa - Sunna - é citada, a sua mãe tendo sido morta pelo lobo que a perseguia e a filha com o mesmo nome assumindo a missão materna no Novo Mundo. Nenhuma outra deusa, nem mesmo as Valquírias, são mencionadas na batalha final, nem nos eventos subsequentes a ela. Essa omissão é estranha e surpreendente, dando margem a diversas suposições e questionamentos sobre a ausência das grandes deusas como Frigga e Freyja, as regentes da terra - Erda ou Nerthus  - e principalmente, as Senhoras do Destino, as Nornes, que tudo sabiam e teciam fatos e tempos na sua intrincada teia cósmica e telúrica. Essa lacuna torna-se inexplicável dada a riqueza de detalhes dos outros eventos narrados pela vidente. Existe uma menção, no mito Vafthruddhnismal sobre a sobrevivência das divindades Vanir e a morte dos Aesir, que descreve a chegada de três grupos de mulheres sábias vindas do além-mar e tornando-se protetoras da terra. Talvez elas tenham sido as Nornes, as Disir e as Valquírias; no poema Völuspa menciona-se a chegada ao inicio do mundo de três mulheres gigantes, sábias e poderosas, cuja função era determinar o destino, englobando fatos positivos e destrutivos. Acredita-se que, além da possível omissão voluntária dos colecionadores e tradutores (monges cristãos) dos textos originais, estava implícita na visão da vidente e permanente existência das deusas, sendo elas expressões e manifestações do princípio divino feminino, responsável pela geração, nutrição e sustentação da vida.

A comprovação está na continuidade do planeta Terra, que, purificado pelo fogo, renasceu renovado do oceano, o ventre primordial gerador de vida. O casal que sobreviveu depois de se abrigar em uma gruta (útero da Mãe-Terra) ou nos galhos de Yggdrasil se tornou responsável pela população da terra, sendo protegido abençoado pelas forças celestes e telúricas em um novo ciclo. O fato mais importante e evidente é que nenhuma deusa provocou ou participou da guerra e da destruição do Ragnarök, pois se sabe que, desde smpre as mulheres - por serem as que geram e protegem a vida dos filhos - relutavam em enviar seus filhos para serem mortos ou feridos, ou quem sabe vangloriados nas guerras. Elas mesmas somente participavam das batalhas para defender a si próprias ou as suas famílias dos ataques, saques ou violências dos invasores.


HAIL ASGARD!

IN ODIN WE TRUST!

quinta-feira, dezembro 6

Nehalennia (Nehelennia), A Protetora dos Viajantes.

(Um altar para Nehalennia em DomburgHolanda. À sua direita está um cão, e nas mãos dela uma cesta de maçãs. - Pela escassez de imagens relativo a Nehalennia, peguei a do Wikipedia mesmo.)



Conhecida como uma deusa protetora dos viajantes, cujo altares foram encontrados nas ilhas do mar do Norte, próximas aos Países Baixos, Nehalennia também representava qualidades da Mãe Terra. Em muitas gravações sobre pedras, ela aparece segurando pães e maças, tendo ao seu lado um barco ou um cão com pernas longas, orelhas grandes e um focinho pontudo. Esse acompanhante canino aparece na maior parte dos monumentos que retratam Nehalennia e acredita-se que ele simbolizava a proteção oferecida pela deusa aos viajantes. O barco era um antigo símbolo dos deuses Vanir, que, assim como Nehalennia, eram cultuados em ilhas e associados com o mar e a terra.
Nehelennia compartilhava alguns atributos com as Matronas, conforme demonstram as oferendas de pães oblongos esculpidos nos seus altares, encontrados nas escavações arqueológicas e soterrados pela areia nas costas holandesas. Os pães oblongos reproduziam a yoni (órgão sexual) das deusas-mães e passaram a serem usados como substitutos das oferendas de animais. Escavações arqueológicas revelaram centenas de menires e altares com inscrições dedicadas a Nehalennia, comprovando a permanência do seu culto no litoral do mar do Norte, até os primeiros séculos desta era. Em um altar intacto encontrado na Holanda, coberto pela areia e datado do século I a.C., Nehalennia aparece setada em um trono segurando uma cesta de maçãs (símbolos de plenitude e renovação da vida [não confundir com a maça do Éden  PELO AMOR DE ODIN!]) e acompanhada por um cão (símbolo de proteção e de contato com o mundo subterrâneo), ou seja, os atributos associados à vida e à morte (Não sei porque o cachorro/mundo subterrâneo, foi como me contaram).

Nehalennia era invocada pelos marinheiros e todos aqueles que viajavam no mar; apenas da antiguidade do seu culto e da permanência do seu nome em Netherlands (Países Baixos), pouco mais se sabe a seu respeito. Os círculos de menires da Holanda chamados de hunnerbeds, as cestas com maçãs, os pães oblongos (duivekatar), os barcos e cães, são as poucas referências que permanereram sobre o culto de Nehelennia, quando eram invocados seus dons; a proteção nas viagens, a fertilidade e a abundância.


Se leram e gostaram e ficaram com qualquer dúvida, deixem um comentário que responderei o quanto antes!!

HAIL!



domingo, dezembro 2

Desbravadores Vikings.

Erick, the Red.


Erik, o Vermelho (também conhecido como Erik, o Ruivo, ou Eric), foi um dos famosos Vikings da história, talvez o mais famoso. Ele nasceu por volta de 940, na atual Noruega, no entanto foi banido de lá por ter matado um outro norueguês. Erik foi banido para a Islândia, onde foi reconstruindo sua vida com sua família até o ano de 980 quando, por razões desconhecidas, matou outro homem e foi banido novamente. Sem poder morar na Noruega ou na Islândia, Erik e alguns seguidores seus foram navegando durante dois anos para descobrir terras novas, e assim fizeram ao desembarcar na Groenlândia.
Para aumentar a população na Groenlândia, antes chamada de Greenland, puseram a ideia de que havia muita grama e pasto obviamente um terreno fértil para a criação de animais e construções de hortas.
Com a ideia de criar seu reino, independente da Noruega, Erik voltou para a Islândia para buscar novas pessoas e fundaram a cidade de Gardar e a vila de Brattahlid. Aos poucos foram chegando pessoas e a Groenlândia foi cada vez sendo mais habitada. O seu filho, Leif Eriksson (um adendo, antigamente o sobrenome das pessoas eram dado pelo Nome do Pai + Son do inglês = Filho, temos um exemplo claro nos HQ's da MARVEL: Thor Odinsson), que ajudou sempre o pai, introduziu o Cristianismo na Groenlândia, apesar da forte oposição deste. 
Cerca do ano 1000, chega à América do Norte que batizada de Vinland, em virtude de por ver ali cepas bravas. Erik morreu no ano 1000, deixando seu filho Leif Eriksson como seu sucessor em Brattahlid .



Leif Eriksson 



Estátua de Leif Eriksson em Reykjavík.Leif Ericson (islandês antigo: Leifr Eiríksson) foi um explorador popularmente conhecido como o primeiro europeu a descobrir a América do Norte e, mais especificamente, a região que se tornaria o Canadá. Era o filho de Eric, o Vermelho (Eiríkr rauði), um fora-da-lei norueguês, que por sua vez era o filho de um outro fora-da-lei, Þorvaldr Ásvaldsson. Sua mãe era Þjoðhildr. Seu pai fundou duas colônias nórdicas, a Colônia do Oeste e a Colônia do Leste, na Groenlândia, cujo nome foi de sua autoria.

Leif tinha boas noções de navegação e, por volta do ano 1000, acreditando em uma história de que havia terras além da Groenlândia, partiu daí para o sul para encontrar terras onde o frio fosse menos intenso.

Rumando para o sul, encontrou terras bastante arborizadas, e mais tarde sinais de povoamento, onde ele desembarcou para fazer contato com os habitantes nativos (os índios americanos). Leif chamou aquela terra de Vinland (para atrair mais nórdicos àquela terra, sendo que significa terra das vinhas) os habitantes locais de Skraelings, que quer dizer feios, já que os nórdicos eram loiros e ruivos de pele branca e os índios muito diferentes do que eles estavam acostumados.

A convivência com os índios foi pacífica durante os meses de acampamento, onde trocaram-se peles e couro por tecidos nórdicos. Leif fundou ali a cidade de L'Anse-aux-Meadows que tinha a população de cerca de trinta pessoas, e voltou à sua terra para buscar mais pessoas para aquela maravilhosa terra, porém soube que seu pai havia morrido e teve que assumir a vila Brattahlid em seu lugar. Mesmo assim pessoas continuaram a ir para a nova cidadezinha até o ano de 1012, quando a população indígena invadiu e destruiu todas as casas (algumas sobreviveram e foram encontradas, junto com resquícios de cerâmicas Vikings, em escavações realizadas em 1962, o que provou de fato a existência de Vinland). Em 1964, o presidente norte-americano Lyndon B. Johnson proclamou 9 de Outubro como Dia Leif Eriksson de forma a comemorar a chegada do primeiro europeu à América do Norte.

Por isso alguns historiadores preferem considerar como o real descobridor da América não Cristóvão Colombo, porém sim Leif Eriksson.

Na viagem de regresso, Leif Ericson resgatou um náufrago islandês chamado Þórir e a sua tripulação, um incidente que lhe viria a valer a alcunha de Leif, o sortudo (em Nórdico antigo: Leifr hinn heppni).

Acredita-se que Leif Eriksson tenha vivido entre os anos de 970 a 1020 da era cristã.


Ragnar Lodbrok



Ragnar Lodbrok ("Bermudas peludas", Nórdico Arcaico: Ragnarr Loðbrók) era um rei semi-legendário da Suécia e Dinamarca que reinou durante os séculos oitavo e nono. De acordo com o cronista dinamarquês Saxo Grammaticus, Ragnar pertencia à dinastia sueca Yngling. Tanto Saxo quanto fontes islandesas descrevem Ragnar como filho de Sigurd Ring, um rei da Suécia que conquistou a Dinamarca, mas eles não concordam com o local de residência principal de Ragnar; se era na Suécia ou na Dinamarca.

Inspirou um personagem da série de livros "Crônicas Saxônicas" do autor Bernard Cornwell.

Apesar de ser considerado quase como um herói em sua Escandinávia nativa, os relatos confiáveis sobre sua vida são apenas esboços, baseados principalmente em antigas sagas dos Vikings. Até mesmo a datação de seu reino é incerta: existem fontes que o datam de 750 a 794, ao passo que outras o consideram de 860 a 865. Nenhum dos dois períodos confere com o que se conhece dele: é provável que ele tenha tido poder como um barão guerreiro de cerca de 835 até sua morte em 865. Provavelmente só foi considerado rei nos últimos cinco anos de sua vida.



Harald Hardrada



Haroldo III Sigurdsson (em norueguês antigo: Haraldr Sigurðarson) (1015 — Yorkshire, 1066) foi rei da Noruega de 1046 até a sua morte, e era meio-irmão de Olavo II (Santo Olavo). Haroldo III da Noruega se casou com Thora, filha de Thorberg.

Quando seu irmão foi morto em uma batalha, Haroldo foi exilado. Ele decidiu partir para Constantinopla, onde seria chefe da Varangian Guard. Tempos depois, voltou à Noruega onde dividiu o poder com o filho de Olavo II, Magno I. Quando este último morreu em 1047, Haroldo tornou-se o único dirigente do país.

Haroldo foi morto na batalha de Stamford Bridge em Yorkshire, lutando contra Haroldo Godwinson, alguns dias antes da derrota deste último em Hastings.