sexta-feira, abril 20

AJUDE OZIEL!

Galera, esse vai ser um post, diferente, irei abordar um assunto, que quando vi, fiquei um tanto quanto perplexo, é o seguinte:

Existe uma pessoa, que teve um sério problema no rosto e quando veio pra São Paulo, diagnosticar isso, falaram que era um Câncer de face, se vocês estiverem pensando: "Ah, é só um câncer, um milhão de pessoas, tem câncer e ninguém se conscientiza
...

Vejam esse vídeo e saibam do que estou falando:



Até cogitaram que o Oziel era Fake e ele fez esse outro vídeo:



Alguns vloggers, conhecidos e não conhecidos fizeram um Vídeo de Apoio a causa libertária do jovem Oziel.

Pensem comigo!

Todos nós, temos um EGO certo? Sempre que tiramos fotos, saímos com a família ou mesmo com amigos e por um acaso, tiram fotos, SEMPRE, você deseja sair com um SORRISO estampado no Rosto né?

E se você tiver que esconder seu rosto atrás de uma Máscara, ou pior, NÃO TER ESSE ROSTO ?

O Felipe Neto, fez um vídeo, que podemos ver no Não Salvo e no Canal no Youtube.

Inclusive, nesse vídeo do Felipe Neto, ele postou alguns links para ajuda ao Oziel, que são estes:

Para contribuir com o Oziel, com uma quantia que seu sub-consciente acha que é boa:


Site Ajude Oziel (onde tem todas as explicações). 
Qualquer dúvida vocês podem tirar lá e também acompanhar o andamento de tudo:








Caso esteja pensando que isso ainda está em desenvolvimento 


MOVIMENTO GALERA, MOVIMENTO,

COMO O FELIPE NETO JÁ DISSE:

"HASHTAG NÃO MUDA O MUNDO, ATITUDES SIM."





domingo, abril 15

A Cristianização Nórdica - O Ultimo Ciclo é dos Cristãos.


(Arte da Capa: Gabriel Pavão (CEO do Dankzij Yggdrasil - Twitter → @zverge)

Muitos se perguntam, como a religião judaico-cristã, conseguiu se espalhar around the world. Alguns, como o exemplo da Mitologia Grega, falam que Jesus - o próprio, filho do deus cristão, Yaweh - chega ao monte Olimpo e sai sentando o cacete em todo mundo, etc.
Na mitologia nórdica, não sei se sabem, têm o Ragnarök - O crepúsculo dos deuses - e todos os leitores asidos, sabem que tanto Thor, quando Odin, morreram nesse "evento", logo, a unica vertente de cristianização, vem a seguir.

A conversão paulatina e demorada do norte europeu ao cristianismo iniciou-se com a conversão de algumas tribos germânicas - que tinham invadido o território romano - a uma força incipiente de "cristianismo ariano", que deu origem à Igreja gótica, cuja bíblia foi traduzida para o gótico. Essa vertente foi abolida por incluir elementos pagãos e representar uma ameaça para a Igreja Cristã. Os francos, inimigos culturais e militares dos godos, foram convertidos em 496 e se tornaram aliados dos cristãos; depois de convertidos, fizeram uma aliança com o papa e, com sua ajuda militar, começaram a converter as tribos teutônicas vizinhas (sim, você leu certo, AJUDA MILITAR!), destruindo aos poucos o seu legado religioso ancestral. Os reinos ingleses permaneceram pagãos até o século VI e os primeiros cristãos convertidos no sudoeste da Inglaterra foram mortos ou escravizados pelas tribos de anglo-saxões. A imposição da fé cristã foi possível com a conversão inicial dos reis, pressionados pelos missionários do papa. Estes sabiam ser mais eficientes converter primeiro os dirigentes, que depois iriam obrigar seus súditos a aceitarem a nova fé. Isto de fato aconteceu até o século VII, com a cristianização de todos os reinos da Inglaterra.
As tribos assentadas na Alemanha - como os francos, godos e frísios - foram convertidos em definitivo durante o século VII, quando a dinastia reinante dos merovíngios foi substituída pelos carolíngios. O rei Carlos Magno perseguiu os saxões, executando milhares de nobres que se opunham à cristianização forçada, cortou o pilar sagrado Irminsul - centro e símbolo de seus cultos - e tornou-se líder dos cristãos europeus, sendo coroado pelo papa como imperador et augusto, antigo título dos césares. Depois da sua coroação, ele iniciou sangrentas cruzadas cristãs na Irlanda e no Leste Europeu, convertendo os povos a ferro e fogo, destruindo templos e locais de culto e matando os pagãos que resistiam ao batismo cristão.

É galera cristã, que está lendo isso, essa parte eles não contam na bíblia nem nos cultos né? :)

A fragmentação paulatina do império de Carlos Magno - culminando com sua morte - facilitou a continuação do paganismo na Escandinávia, até que os monarcas, visando alianças e apoio cristão, proclamaram sua conversão e impuseram à força ao cristianismo ...

... EPA, PERA AE GABRIEL, É ISSO MESMO? SE O PAGANISMO NÃO EXISTISSE, NÃO HAVERIA CRISTIANISMO FORTE? HMMMMM ...

... apesar da oposição e resistência dos seus súditos. No final do Período das Migrações, pequenos reinos tinham sido estabelecidos na Escandinávia, onde o paganismo sobreviveu durante séculos e recebeu um grande impulso no Período Viking, com rituais e sacrifícios aos deuses e inúmeros testemunhos gravados em runas e em cenas míticas sobre pedras e monumentos funerários.
O primeiro país a ser convertido foi a Dinamarca, seguida pela Noruega, onde as duas religiões coexistiram por um bom tempo, devido à ferrenha oposição do povo e ao fracasso das tentativas reais de abolir os antigos costumes. Mesmo assim prevaleceu durante um tempo a "fé dupla", coexistindo missas cristãs e cerimônias e práticas pagãs. Apenas no século X, o Rei Olaf Haraldsson - Não confundir com esse Olaf - (canonizado como santo após sua morte) impôs o cristianismo na Noruega usando força armada, incendiando temples, torturando e matando quem resistisse ao batismo feito em nome de Cristo.
Como na Islândia era dirigida pela assembleia Thing, a conversão aconteceu apenas no ano 1000, supostamente devido a uma visão sobrenatural do representante legal, mas na realidade forçada por uma recompensa por ele recebida (prática cristã comum). Vários escritos cristãos relatam a vitória dos padres sobre os sacerdotes pagãos em competições mágicas e realizações de "milagres", táticas usadas para converter o povo seguindo o modelo usado nos "relatos bíblicos". Na Suécia houve várias tentativas de cristianização que fracassaram devido à revolta popular. A fé cristã foi aceita apenas no reinado de Eric IX, em 1160 e ele tornou-se o sando padroeiro da Suécia. A Suécia resistiu mais tempo apoiada pela sua estabilidade econômica obtida pelo comércio com a Rússia, onde vários assentamentos tinham sido criados pelos vikings, conhecidos como Rus, "os ruivos", termo que deu origem ao nome do país. O tempo pagão de Uppsala, perto da atual capital Estocolmo, permaneceu por muito tempo como centro de cultos e sacrifícios de dicados aos deuses, Odin, Thor e Frey, até ser queimado em 1100 por fanáticos cristãos, que depois ergueram uma capela sobre suas ruínas.
Depois de inúmeras imposições legais e revoltas populares, a fé cristã venceu parcialmente, pois as práticas pagãs continuaram sendo aceitas até 1120, quando os últimos pagãos foram batizados à força por serem torturados. Igrejas cristãs foram construídas sobre antigos locais sagrados ou no lugar dos templos destruídos; cruzes foram fixadas ou gravadas nos monumentos rúnicos; pedras rúnicas usadas nas fundações e pisos das igrejas, cenas míticas adaptadas para os requisitos cristãos (entalhadas em pedras ou nos portais de igrejas) e as datas festivas do calendário pagão foram transformados com santos cristãos, como por exemplo Odin com São Miguel e Jesus, Freyja com Santa Lúcia e Maria Madalena, entre outros.
Muitas tradições antigas foram preservadas pelas lendas e contos de fadas, e adaptadas costumes cristãos e nas "superstições" populares, por não ter sido possível à Igreja apagá-las da memória dos deuses, como no caso de Odin, descrito como um mestre xamã e dirigente sábio, que introduziu certos costumes, ensinou práticas e mitos pagãos e morreu ferido por uma espada. No interior, principalmente da Suécia e da Islândia, os deuses, os seres espirituais, os guardiões da natureza e os ancestrais, sendo lembrados e reverenciados. Símbolos rúnicos foram usados por muito tempo nas pedras funerárias, associados com cruzes e dizeres cristãos, até que todo o legado dos ancestrais foi mergulhando aos poucos nas brumas do esquecimento no inconsciente coletivo, aguardando o dia em que seriam novamente reativadas e lembradas.



quinta-feira, abril 12

Diferenças entre a Mitologia Nórdica e a Greco-Romana.



Apesar das diferenças linguísticas e geográficas, eles mantiveram os mesmos elementos míticos, lendas e costumes ancestrais. A melhor preservação no norte europeu do legado religioso original deve-se à conversão mais tardia ao cristianismo dos escandinavos, em comparação com a dos europeus continentais.
No post "OS POVOS NÓRDICOS DAS ORIGENS À ATUALIDADE" foi analisado o surgimento das crenças e práticas, originárias do passado comum indo-europeu, ampliadas com as tradições e os elementos nativos das tribos que já moravam no norte e nordeste europeu, lá existindo desde a pré-historia. Foi comprovado, através de pesquisas de mitologia comparada e filologia, que os dialetos germânicos e escandinavos do continente, junto com as línguas de origem latina, eslava, celta, hindu e persa, pertenciam à mesma família linguística indo-europeia.
As várias tribos que saíram das suas pátrias da Ásia Central para conquistar novos territórios - no norte da Europa e no leste, chegando até a Índia - levaram consigo nas suas migrações não apenas uma base linguística comum, mas uma mesma fé e mitologia, partilhadas por todos. Da mescla dos seus mitos e práticas surgiu o complexo panteão nórdico e os grupos das divindades Aesir e Vanir, além dos vários arquétipos de seres sobrenaturais, guardiões da natureza e os amplos duradouros cultos aos ancestrais.
Do mesmo tronco indo-europeu, outras tribos arianas vindas da Ásia Central se deslocaram para o sul da Europa e, com o passar do tempo, lá floresceram duas relevantes culturas: a grega e a romana. Separadas por condições geográficas diferentes e com outro tipo de desenvolvimento histórico, social e cultural, à primeira vista a mitologia nórdica e greco-romana têm pouco em comum. Mas, analisando com atenção e cuidando, observamos uma analogia dos conceitos fundamentais, com mitos e divindades semelhantes, as diferenças sendo devidas às influências recebidas pela diversidade semelhantes, as diferenças sendo devidas às influências recebidas pela diversidade das tribos conquistadas e integradas ao Império Romano, além do clima e da natureza específica às regiões temperadas e à bacia do Mediterrâneo. Percebem-se assim as sementes indo-europeias, que deram origem a ambas as tradições, mas como um colorido e descrições diferentes.
Oferecemos neste pequeno capítulo conhecimentos, comparações e analogias para aqueles leitores que desejam se aprofundar e compreender melhor o fascinante legado e mitológico do norte e do sul da Europa.

Agora, vamos a coisa séria!

O início dos tempos

Os povos nórdicos acreditavam que o mundo surgiu do caos, pois no princípio não existia nem céu, nem terra, apenas um abismo sem fundo, com uma extremidade de fogo (Muspelheim) e a outra de gelo (Nilfheim); espelhando o seu habitat, a criação do mundo na cosmologia nórdica era representada como um encontro dramático entre as forças primordiais do fogo e do gelo. Essa imagem é um traço característico da natureza islandesa, onde é visível o contraste entre o solo vulcânico, os gêiseres borbulhantes e os grandes icebergs ao redor. Desses elementos opostos - fogo e gelo, calor e frio, expansão e contração - nasceram os Jötnar (os gigantes nórdicos), que, semelhante aos Titãs, os precursores dos deuses gregos, tinham uma impressionante força e resistência física, mas diferentes deles, suas feições eram rudes e a inteligência primitiva, prevalecendo os instintos.
Os gigantes representavam os poderes naturais dos elementos e do ambiente em que viviam, alguns deles se tornaram progenitores das divindades que os seguiram na regência do mundo. Do vazio primordial surgiram dois seres, personificações primevas da energia e da matéria, o gigante Ymir (equiparado com os Titãs, que também personificavam o fogo subterrâneo) e a vaca Audhumbla, tornando-se cocriadores no processo de formação da vida.
Ymir, como ser hermafrodita e sendo ao mesmo tempo gigante e deus, gerou vários descendentes; seus netos - a tríade divina Odin, Vili e Vé (se pronuncia Vê, ou como se fala a consoante "V") - gerados por uma força tripla (a mescla de fogo, do gelo e do principio feminino - a vaca (Audhumbla) mataram Ymir e, da sua matéria cósmica bruta, remodelaram o cosmo estático e o transformaram em um sistema vivo e dinâmico.
No mito grego, no começo dos tempos prevalecia o caos, em que todos os elementos estavam misturados formando uma massa informe, mas que continha em si as sementes da criação. O primeiro ser que surgiu foi Gaia, a mais antiga deusa e Grande Mãe primordial, a propria terra, que soprou a vida no vazio e criou montanhas (seus seios), rios (seu sangue), grutas (seu ventre), planícies, florestas e deserto (seu corpo). Apesar de Gaia representar o planeta inteiro, para os gregos ela personificava o seu país e a fertilidade e abundância da terra.
Ao unir-se ao seu primogênito, Urano, o céu, ela gerou os 12 Titãs (entre os que sobressaíam Cronos, Oceano, Hipérion, Eurinome, Têmis e Mnemosine) e depois os Ciclopes, seres gigantes e imbuídos de força irracional, que foram aprisionados por Urano (que temia seu poder primal), no mundo ctônico, o Tártaro. Revoltada com a sorte dos seus filhos e preocupada com a crueldade do seu marido, Gaia persuadiu seu filho Cronos, o mais jovem dos Titãs, a castrar e matar Urano; do seu sangue, que fertilizou novamente Gaia, surgiram as Fúrias, vários seres gigantes e ninfas das árvores.
Cronos regeu a Idade do Ouro, um período de paz e prosperidade, mas devorava seus filhos à medida que nasciam, com medo de ser por eles destronado, assim como ele tinha feito com seu pai. Como o Senhor do Tempo, Cronos na realidade representava o fim de todas as coisas. Seu filho Zeus escapou a esse cruel destino por ter sido escondido pela sua mãe em uma gruta no monte Ida, em Creta (é Creta, do labirinto), onde foi amamentado pela cabra Amaltea e cuidado pelas ninfas.
Com a ajuda da deusa Métis, Zeus administrou um veneno ao seu pai, que o fez vomitar e devolver todos os seus filhos. Zeus - ou o seu equivalente romano Júpiter - libertou alguns dos Titãs presos no Tártaro e entregou aos seus irmãos Posêidon e Hades, os reinos do oceano e do mundo subterrâneo. Zeus se declarou o governante supremo, dos deuses e dos homens e foi morar no palácio do Monte Olimpo, de onde supervisionava todos os recantos do mundo seguia a sua própria jornada, a busca do poder e do prazer.
Tanto os gigantes do fogo e do gelo, quanto os Titãs, foram vencidos após as batalhas ferozes, em busca da supremacia e do poder e foram banidos pelos seus descendentes, após sua derrota, uns para Jötunheim, os outros para Tártaro, sendo obrigados a ceder seu poder primevo para um novo panteão, mais refinado. Engrandecidos pela sua vitória, os vencedores - que eram aparentados entre sí - se instalaram em palácios dourados, seja os do reino nórdicos de Asgard (as moradas das divindades Aesir), situados num dos níveis sutis da Árvore do Mundo, Yggdrasil, seja os dos seus equivalentes gregos do Monte Olimpo.


A criação do homem 

A tríade nórdica divina Odin, Vili e Vé - os descendentes de Ymir - é semelhante aos deuses Zeus, Poseidon e Hades, que por terem maior poder e astúcia, venceram os gigantes e assumiram o controle do mundo.
Os gregos modelaram as suas primeiras imagens de argila, por isso imaginaram que Prometeu tivesse usado o mesmo material quando ofi chamado para confeccionar uma criatura inferior aos deuses, mas acima dos animais. Como as estátuas nórdicas eram feitas de madeira, os nórdicos atribuíram a criação dos primeiros casal humano ao uso de troncos de árvores.
Os deuses nórdicos criaram o primeiro casal humano a partir de tronco de árvores, ou seja, da matéria orgânica preexistente, aos quais deram o espírito, os sentidos, o movimento, as funções da mente, o dom das palavras, a energia vital e a consciência (que poucos usam hoje em dia).
Na mitologia greta, quem criou o homem foi Prometeu, um dos Titãs, que misturou terra e água (lama/barro, cristianismo, hmmm) e modelou um ser à semelhança dos deuses, que, diferente dos animais, ficava em pé e olhava para os céus, podendo assim invocar os deuses e agradecê-los. Para torná-lo especial e diferente dos seus irmãos menores, Prometeu entregou-lhe depois o fogo tirado do sol, que lhe assegurou a superioridade ao usá-lo para cozinhar, se aquecer ou defender e modelar metais em ferramentas e armas.
A primeira mulher foi Pandora, criada no céu, onde cada deus contribuiu com alguma coisa para aperfeiçoá-la: Afrodite, lhe deu beleza; Hermes, a persuasão ; Apolo, a arte. Ela concebeu também uma caixa que não devia abrir, porém movida pela curiosidade, destampou-a e espalhou para humanidade o conteúdo de pragas, maldades, males e doenças, permanecendo na caixa apenas a esperança. Assim, sejam quais forem os males que nos ameaçarem, a esperança nos permite sobreviver e vencer. Obviamente esse mito tem uma conotação patriarcal e masculina, semelhante ao conto bíblico sobre a criação de Eva, declarada responsável pela desgraça e a punição da humanidade.
Ambos os panteões seguiam uma hierarquia família e uma evolução progressiva, correspondendo às Idades de Ouro (em que prevalecia a justiça, a paz, a abundância), Prata (quando o ano foi dividido em estações, as moradas se tornaram necessárias, a terram tinha que ser plantada e cuidada), Bronze (o começo da competição e dos combates entre os homens) e por último a de Ferro (quando a humanidade tornou-se vil e violenta, começando a destruição dos recursos da terra), que passou a ser dividida em propriedades cobiçadas e conquistadas à força. Inúmeras guerras irromperam, havia crimes até mesmos entre familiares e a terra ficou manchada de sangue, até que is deuses entristecidos decidiram abandoná-la. Zeus ficou enfurecido com o caos reinante e decidiu destruir todos os seres humanos, jogando sobre eles o seu raio, para propiciar o nascimento de uma nova e mulher geração. Porém, temendo que o fogo afetasse o próprio habitat dos deuses - o céu -, ele escolheu outra forma de punição, provocando um dilúvio. Para isso Zeus desencadeou o movimento dos ventos, o avolumar das ondas, deixou os rios saírem dos seus leitos, sacudiu a terra com terremotos e erupções vulcânicas, até que nada mais restou das moradas, dos animais, árvores, plantes, campos, florestas ou seres humanos.


Cosmogonia

Na visão nórdica, a morada da humanidade - Midgard ou Manaheim - era cercada pelo mar, em cujas profundezas habitava a terrível Serpente do Mundo, enrolada ao redor de si mesma e mordendo sua cauda, cujas contorções provocavam ondas gigantes e tempestades marinhas e que iria ser fator preponderante ao cataclismo final do Ragnarök. A passagem entre o mundo divino e os outros mundos - incluindo o humano - era feita pela ponte do Arco-Íris, formada de fogo, água, ar e guardada pelo deus Heimdall. O cosmo multidimensional era representado pelo Yggdrasil, a Árvore do Mundo, cujas três raízes correspondiam às três dimensões (dos deuses, homens e dos mortos), que interligavam nove mundos, intercalados no espaço e sub cujas raízes brotavam três fontes sagradas, com significados e funções diferentes. A árvore gerava e sustentava a vida e abrigava as almas à espera do renascimento.
Os gregos acreditavam que a Terra fosse redonda (deer) e chata e que o seu país ocupava o centro da Terra, sendo seu ponto central o Monte Olimpo, a residência deus deuses, ou o templo oracular de Delfos. Na sua visão, o disco terrestre era atravessador de leste para oeste e dividido em duas partes iguais pelo mar (o Mediterrâneo); em torno da Terra corria o rio Oceano, cujo curso era do sul para o norte na parte Ocidental da Terra e em direção contrária do lado oriental; era dele que todos os rios e mares da Terra recebiam suas águas. O rio Oceano tinha uma superfície calma e suas correntes eram amenas, assim como era também o mar ensolarado do Sul, o Mediterrâneo.
Na cosmogonia grega existia uma terra mítica dos Hiperbóreos (a contraparte de Nilfheim, o reino enevoado e frio do mito nórdico), situada no extremo norte da Terra (possivelmente Escandinávia), inacessível por terra ou por mar, onde "penas" brancas caíam do céu cobrindo a terra (uma bela imagem da neve). Os hiperbóreos eram um povo evoluído, que desfrutava de uma felicidade perene, isentos de doenças, velhice e guerras; eles viviam atrás de gigantescas montanhas, de cujas cavernas saíam as gélidas lufadas do vento norte. Foi lá, numa tempestade de neve, que o herói Hércules realizou um dos seus 12 trabalhos, alcançando e amarrando a corça de Cerinita (que pertencia a Ártemis), que tinha chifres de ouro e cascos de bronze e corria com espantosa rapidez, sem mais ter sido presa.
Na parte ocidental da terra, banhada pelo Oceano, ficava um lugar abençoado, os "Campos Elíseos" ou "Afortunados", para onde mortais favorecidos pelos deuses eram levados para desfrutar da imortalidade, uma semelhança com Walhalla nórdica, onde os espíritos dos guerreiros mortos em batalha, festejavam em cada norte e lutavam durante os dias. Porém na extremidade oeste, os gregos imaginavam um mar escuro povoado com gigantes, monstros  e feiticeiros, descrição que revelava o pouco conhecimento dos gregos sobre seus vizinhos, além daqueles do leste e do sul do país.


Nornes e Moiras

É evidente a semelhança entre o conceito de orlög nórdico e do destino grego, entre as poderosas Senhoras do Destino - Nornes e Moiras, respectivamente - que presidiam a todos os nascimentos e determinavam o futuro das crianças, bem como o traçado da sorte dos humanos.
Os Povos nórdicos sabiam, que mesmo reverenciando, invocando e fazendo oferendas às divindades, elas não iriam deles afastar os perigos e as adversidades, por fazerem parte dos testes e provações dos seus destinos, previamente designados e traçados pelas Nornes. As lendas e os mitos nórdicos não descrevem atos de revolta, ou demonstrações e contratempos das suas vidas; pelo contrário, observa-se uma heroica aceitação da inevitabilidade dos problemas e dificuldades, celebrando e agradecendo em troca os prazeres sensoriais e as dádivas materiais da existência.
Os deuses conferiam à humanidade a aceitação da vida como um traçado inalterável do destino, previamente escolhido e determinado pelas Nornes. Orlög representava o presente moldado pelas ações passadas, enquanto Wyrd era o destino individual, predestinação ao qual nem mesmo as divindades podiam escapar. As Nones podiam aconselhar os deuses que as procuravam, sem jamais atenderem pedidos ou mudares os seus destinos, como foi descrito no mito do deus Baldur.
As Nornes habitavam uma gruta nas raízes de Yggdrasil, e seus nomes podiam ser interpretados como atribuições ligadas à passagem de tempo: Urdh, "Aquilo que já aconteceu", Verdandhi, "Aquilo que está sendo" e Skuld "Aquilo que poderá vir a ser", aspectos associados também ao nascimento, vida e morte.
As Parcas ou Moiras, conhecidas como as "Fiandeiras" ou "Tecelãs", eram também um grupo em número de três deusas - como as Nornes -, representado os marcos da passagem do tempo - passado, presente e futuro. A sua missão consistia em tecer o fio do destino humano, medi-lo e com sua tesoura cortá-lo, atividade revelada pelos seus nomes: Cloto, a tecelã; Láquesis, a distribuidora e Átropos, a inevitável.
Diferente das Nornes, que tinham surgido antes do início dos tempos sem que fosse conhecia a sua origem ou descendência (portanto sendo imemoriais).

A mãe do mundo

Nas histórias gregas, relativas ao começo de tudo, três grandes deusas representam o papel da Mãe do Mundo; Tétis, a deusa do mar, Nix, a regente da noite e Gaia, a Mãe Terra, que juntas formaram uma trindade, abrangendo o domínio do céu, do mar e da terra. Mesmo sendo uma trindade, elas não constituem divisões de uma deusa tríplice, atributo que ficou associado apenas com a deusa lunar e seus aspectos da lua crescente (incluindo a nova), cheia e minguante, fases ligadas também aos estágios de nascimento, crescimento e declínio.
Nos mitos nórdicos não existem referência claras ou comprovações assim ditas científicas sobre a existência de uma única Mãe Ancestral, encontraram-se inúmeras das Suas representações como mãe tríplices, matronas, mães da natureza. Seus diversos elementos e aspectos eram reverenciados com diversos títulos e nomes, os atributos sendo diferenciados em função da tribo, localização geográfica, estação do ano ou época dos seus cultos.
Essa escassez deve-se às transcrições e interpretações de textos antigos por autores cristãos, a maioria deles monges, que davam ênfase às figuras dos deuses e heróis, que despertavam maior, interesse, fato evidente até hoje nos países com estruturas patriarcais, sejam elas religiosas, místicas, sociais e culturais.


terça-feira, abril 10

Diferenças entre Paganismo e Politeísmo.






Um dia desses, eu estava na academia, tentando explicar um pouco sobre a Mitologia Nórdica/Paganismo Nórdico à uns amigos. Um desses amigos, levantou uma questão, que por sinal não me deixaram responder (fpd's) que era a seguinte: O Paganismo é a mesma coisa que o Politeísmo não é ?. Não tenho certeza de que todos irão ler este post, mas fica pros demais leitores, que tem essa mesma dúvida:


O que é PAGANISMO?

Ao contrário do que se pensa, Paganismo nada tem a ver com o culto ao demônio - até porque o demônio não passa de uma invenção das tradições judaico-cristãs. A palavra "PAGÃO" vem do latim "paganus", que é aquele que mora no "pagus", no campo, na Natureza. Assim, pode-se dizer que, em termos religiosos, o Paganismo é o culto e o respeito às forças da Natureza (na Mitologia nórdica, os deuses Aesir). Para o Pagão, toda a Natureza é viva, é Sagrada - e seus deuses e deusas refletem essa crença, oferecendo conforto e equilíbrio àqueles que compreendem o real significado de se respeitar a Natureza.
Muitos equívocos são propagados quanto ao real sentido da palavra "paganismo", por dicionários, enciclopédias e até mesmo por seus seguidores. Em alguns casos, o termo pagão é empregue como sinônimo de não-cristão - o que é um grande erro, pois assim se incluiriam religiões como o Judaísmo, o Islã e outras, as quais não possuem componentes distintamente "pagãos" no sentido real da palavra - ou seja, de respeito à Natureza. Em outros verbetes, um "pagão" é aquele que ainda não foi batizado no cristianismo. Em outros mais, os termos "paganismo" e "ateísmo" são confundidos, pois ateu é aquele que não crê em nada, não possui religião - bem diferente da noção de paganismo enquanto caminho religioso.
Mas tio, quem são os pagãos? Originalmente, esse termo era empregue para diferenciar os seguidores das religiões da Terra, dos muitos deuses e deusas da Natureza. É este o sentido que adotamos quando utilizamos o termo "paganismo". Assim, costumamos nos referir às culturas pré-cristãs da Europa e das Américas (apenas como exemplos clássicos) como "culturas pagãs". Poucas pessoas hoje em dia ainda mantêm um contato direto com as tradições originais do Paganismo, daí a necessidade de se diferenciar o Paganismo original - surgido na Antigüidade - do novo paganismo, representado por diversas correntes recentes. Para que tal diferenciação seja bem clara e cristalina, muitos autores e pesquisadores optam por utilizar o termo neo-pagão, ou seja, os novos pagãos - aqueles que seguem tradições filosófico-espirituais inspiradas nos ensinamentos e valores das Antigas Religiões. Dentre estas correntes neo-pagãs, sem dúvida duas ganham destaque: a wicca e o neo-druidismo.




O que é Politeísmo?




Politeísmo é a crença na pluralidade de deuses. Ao se examinar a palavra, aprendemos que "poli" vem da palavra grega para "muitos" e "teísmo" da palavra grega para "deuses". Politeísmo provavelmente tem sido a característica dominante de muitas religiões na história humana. O exemplo mais comum do Politeísmo da antiguidade é a mitologia grega/romana (Zeus, Apolo, Afrodite, Poseidon, etc). O exemplo moderno mais claro do Politeísmo é o Hinduísmo, o qual tem mais de 300 milhões de deuses. Apesar do Hinduísmo ser, em essência, panteísta, ele ainda possui crenças em muitos deuses. É interessante notar que até mesmo em religiões politeístas, existe um deus que é supremo sobre outros deuses, ex: Zeus na mitologia romana/grega e Odin na mitologia nórdica.

Alguns argumentam que a Bíblia ensine o Politeísmo no Antigo Testamento. É verdade que muitas passagens se referem a "deuses" no plural (Êxodo 20:3; Deuteronômio 10:17; 13:2; Salmos 82:6; Daniel 2:47). A antiga Israel entendia completamente que havia apenas um Deus verdadeiro, mas frequentemente não vivia como se realmente acreditasse nisso, por isso continuava a cair em idolatria e no louvor de outros deuses. 

Então, como devemos encarar essas passagens e outras que falam de múltiplos deuses  ?
 
É importante notar que a palavra hebraica elohim era usada para se referir ao Deus verdadeiro e aos deuses/ídolos falsos. Funcionava quase identicamente à palavra "Deus". Quando a palavra Elohim era usada para descrever Jeová, estava retratando a Sua natureza trina – três Deuses em um.

Descrever algo como um "deus" não significa que você acredite que esse seja um ser divino. A grande maioria das Escrituras do Antigo Testamento que fala de "deuses" está falando de deuses falsos, aqueles que clamam ser deuses mas na verdade não o são. 2 Reis 19:18 resume muito bem: "E lançaram os seus deuses no fogo; porquanto não eram deuses, mas obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os destruíram". Note também Salmos 82:6-7: "Eu disse: vocês são deuses, todos vocês são filhos do Altíssimo. Mas vocês morrerão como simples homens; cairão como qualquer outro governante."

Logo:

Você só é considerado Politeísta, se acreditar em um "deus" judaico-cristão, se você não acreditar nesses mitos famosos, e acreditar em outros deuses, você é pagão.





sexta-feira, abril 6

Nott (Nat, Niorun), A Senhora da Noite.



Na mitologia nórdica, Nott (Old Norse "noite") é personificada avó, de Thor. Em ambos os Edda Poética, compilado no século 13 a partir de anteriores fontes tradicionais, e o Prose Edda, escrito no século 13 por Snorri Sturluson, Nott é listada como a filha de uma figura com o nome de Nörvi (com variantes de grafia) e está associada com o cavalo Hrímfaxi, enquanto o Prosa Edda apresenta informações sobre ascendência Nott, incluindo os seus três uniões. Terceiro casamento Nott era o deus Dellingr e isso resultou em sua filha Dagr, o dia personificado (embora algumas variações lista manuscrito Jord como esposa e mãe em vez Dellingr Dagr). Como um substantivo próprio, o Nott palavra aparece em toda a literatura nórdica antiga.


Edda Poética
Na estrofe 24 do Vafþrúðnismál poema, o deus Odin (disfarçada de "Gagnráðr") pede a Vafþrúðnir jötunn de onde chega o dia, e a noite e suas marés. 

Na estrofe 25, Vafþrúðnir responde:

Delling altura ele quem é o pai do dia é,
mas a noite era de Nörvi nascido;
nas luas novas e minguante os poderes beneficentes criadas,
para contar os anos para os homens.

Na estrofe 14 do, Vafþrúðnismál Odin afirma que o cavalo Hrímfaxi "atrai toda noite para os deuses beneficentes" e que ele permite que a espuma de seu bit cair todas as manhãs, a partir do qual orvalho vem para os vales. 

 Na estrofe 30 do Alvíssmál poema, o deus Thor pede aos anões Alvíss para lhe dizer que a noite é chamada em cada um dos nove mundos, a quem "Norr" nascer. Alvíss responde: 
A noite é referido como "noite" pela humanidade, "escuridão" pelos deuses , o mascarado pelas forças poderosas", "unlight" pelo jötunn, "alegria-de-sono" pelos elfos, anões, enquanto chamar seu "sonho Njörun" (que significa "deusa sonho"). 

Em Sigrdrífumál, após a Sigrdrífa valkyrie é acordado de seu sono maldição pelo herói Sigurd, Sigurd pergunta o nome dela, e ela lhe dá uma "memória-bebida" de um chifre cheio de hidromel, e depois Sigrdrifa diz uma oração pagã. O primeiro verso desta oração possui uma referência para os "filhos de Dagr" e "filha de Nott":

"Salve o Dia! Salve os filhos de dia!
Para Noite e sua filha granizo!
Com os olhos plácidos eis-nos aqui,
e aqui sentado nos dará a vitória.
Hail to the Æsir! Hail to the Asyniur!
Salve a terra generosa!
Palavras e sabedoria nos dá nobre twain,
e curando as mãos enquanto vivemos!" 

Prosa Edda

Na Gylfaginning livro Edda em Prosa, Nott é novamente personificada. No capítulo 10, a figura entronizada de estados elevados que Nott é a filha de um jötunn pelo nome de "Norfi ou Narfi". Nott é descrito como "preto e moreno", e teve três casamentos. Seu primeiro casamento foi com Naglfari, e os dois produziu um filho com o nome de Auðr. Segunda união Nott era Annar, resultando na sua filha Jord, a terra personificada. Finalmente, Nott se casa com o Dellingr deus, eo casal tem Dagr, que assume depois de "pessoas do pai" em seu brilho e justiça. Odin tomou Nott e seu filho Dagr, colocou-os para o céu com uma carruagem e um cavalo cada, e eles montam em torno da Terra a cada 24 horas. Passeios Nott antes Dagr e espuma de pouco seu cavalo Hrímfaxi de polvilha a terra.

No entanto, estudioso Haukur Thorgeirsson aponta que os quatro manuscritos de Gylfaginning variam em suas descrições das relações familiares entre Nott, Jord, Dagr e Dellingr. Em outras palavras, dependendo do manuscrito, ou Jord ou Natt é a mãe de Dagr e sócio da Dellingr. Detalhes Haukur que "o manuscrito mais antigo, U, oferece uma versão onde Jǫrð é a esposa de Dellingr e mãe de Dagr enquanto os outros manuscritos, R, W e T, lançado Nott no papel de esposa Dellingr e mãe Dagr", e argumenta que "a versão em U surgiu acidentalmente quando o escritor de U ou seu antecedente encurtado um texto semelhante ao ERP. Os resultados deste acidente fez sua na tradição poética islandesa".

No Prose Edda livro Skáldskaparmál, significa de se referir a Jord são fornecidos, incluindo "filha de Nott".

 Capítulo 58 afirma que "Hrimfaxi ou Fiorsvartnir empate da noite", e no capítulo 64, "nott" é afirmou como uma das várias palavras para o tempo. 

domingo, abril 1

REGENTES CELESTES: Sunna (Sunnu, Sol, Sunniva), A Senhora do Sol.



Sunna era a personificação divina da luz solar, venerada pelos povos nórdicos como doadora da vida e cujos símbolos - a roda solar e os círculos concêntricos - foram encontradas em inúmeras inscrições rupestres originárias da era Neolítica e da Idade do Bronze. Apesar da importância dos cultos e mitos solares nas antigas sociedades nórdicas, existem poucas referências sobre Sunna nos poemas e mitos mais recentes. Nas línguas escandinavas e germânicas o gênero do sol é feminino e existem associações evidentes entre o sol e a deusa do norte europeu, como era de se esperar, tendo em vista a influência do sol para o florescimento da natureza e o amadurecimento das colheitas nos curtos meses de verão.
Nas escavações de vários sítios na Alemanha foram encontrados símbolos solares gravados sobre estatuetas femininas, oriundas dos primeiros séculos d.C. Há indicações de que essas imagens - representando uma deusa solar - faziam parte das práticas domésticas das mulheres; figuras semelhantes foram achadas em pequenos altares, nas ruínas de residências e nos túmulos, comprovando a extensão desta veneração.
Sunna regia o ciclo do dia e os ritmos da vida agrícola, que giravam em torno do nascer e pôr do sol, dos solstícios e eclipses e garantia a sustentação da vida em uma clica de frio e terra inóspita. Chamada de "noiva brilhante do céu" E "Senhora Sol", Sunna carregava o disco solar durante o dia, em uma carruagem dourada puxada por dois cavalos: Arvakr, "o madrugador" e Alsvin, "o veloz", sob cujas selas havia sacos com vento para mantê-los protegidos do intenso, calor solar. Sunna se apresentava envolta por uma luz doirada, cujos raios formavam seus cabelos; horas antes do sol nascer, ela ficava sentada sobre uma rocha e fiava outro com seu fuso dourado. Para conduzir a carruagem, ela segurava um chicote e um escudo chamado Svalin (o esfriador), para proteger a terra e os seres humanos do calor excessivo e destrutivo para os raios solares.
A trajetória de Sunna era marcada por dois períodos: durante o dia ela conduzia sua carruagem dourada percorrendo e iluminando o céu, do leste para oeste. Quando anoitecia, ela mergulhava no mar ou na terra e assumia a direção de um barco puxado por um enorme peixe, iniciando um trajeto inverso, do oeste para o leste. No final da noite, antes do alvorecer, Sunna emergia lentamente do mar ou da terra, sentada novamente na sua carruagem dourada, com o brilho contido na alvorada e aumentando progressivamente seu brilho e calor.
Sunna é uma das três deusas que irão morrer no Ragnarök (junto com Bil e Hel), sendo alcançada e devorada pelos lobos Skoll e Hati, seus eternos perseguidores. Porém, antes de morrer, dará à luz a uma filha, que, no alvorecer do Novo Mundo, irá assumir seu nome e continuará sua missão (conforme descrito no Mito da Criação). É possível que sua morte se deva ao fato de ter nascido como uma mortal (Filha de Mundilfari, irmã de Mani, o regente lunar) e divinizada por Odin, devido à sua estonteante beleza e peculiar brilho dourado.
Os povos antigos que reverenciam Sunna ergueram em sua honra inúmeros círculos de pedras, destinados para a realização de rituais nas datas sagradas dos solstícios e equinócios. Um jogo antigo que foi preservado na Escandinávia e Alemanha era feito na primavera, quando jovens das comunidades "aprisionavam" uma moça no centro de um labirinto de pedras arrumadas em forma de espiral e depois a "libertavam" do seu cativeiro. Em todos os locais onde se realizavam danças e festejos primaveris, existia na proximidade um labirinto - de pedras, montículos de terra ou cavado no chão. Apesar de ter se perdido o mito que lhe deu origem, a dança em espiral permaneceu pelo menos um milênio após a cristianização. Estudiosos concluíram que o labirinto era conectado com o rito da passagem do inverno e a libertação do verão, resquícios de um antigo mito solar pan-europeu, centrado numa divindade feminina.
Foram encontrados em inúmeros lugares, da Islândia até a Itália e a Rússia, centenas de labirintos, com desenhos intrincados e associados com as danças na primavera. O cristianismo incorporou muitos dos desenhos e símbolos solares nas igrejas erguidas sobre os antigos locais sagrados pagãos. A teoria sobre a origem ártica desse ritual é apoiada pela reprodução do movimento do sol no céu nórdico pelo traçado do labirinto. Próximo ao Círculo Ártico o padrão anual do sol, é diferente, formando arcos que se expandem e criando um labirinto, como se fossem fiados pelo fuso dourado de Sunna. Acredita-se que os labirintos escandinavos foram construídos 6 mil anos atrás, pois o culto da deusa solar no extremo norte data da pré-historia, conforme indicam as inscrições com motivos solares. Durante a Idade do Bronze, o ato de fiar tornou-se metáfora para a produção da luz pela deusa cósmica, e assim as antigas culturas começaram a reverenciar uma tecelã solar.