quarta-feira, março 28

Loki (Loke, Lokje, Lodur), O Trapaceiro.

Esse post, podemos dizer, que é especialmente um remake de uns dos primeiros posts do blog. Você pode ter uma base por esse post => Loki, o deus da Trapaça.





Loki (também conhecido como Loke ou possivelmente Lothur) é um deus ou um gigante da mitologia nórdica. Deus do fogo, da trapaça e da travessura, também está ligado à magia e pode assumir formas de vários animais - exceto de aves - e de ambos os sexos. Ele não pertence aos Aesir, embora viva com eles. É frequentemente considerado um símbolo da maldade, traiçoeiro, de pouca confiança; e, embora suas artimanhas geralmente causem problemas a curto prazo aos deuses, estes frequentemente se beneficiam, no fim, das travessuras de Loki. Ele está entre as figuras mais complexas da mitologia nórdica.
Ele possui um grande senso de estratégia e usa suas habilidades para seus interesses, envolvendo intriga e mentiras complexas. Sendo um misto de deus e gigante, sua relação com os outros deuses é conturbada.Segundo as lendas nórdicas ele iria liderar um exército no Ragnarok. Entretanto, ele é respeitado por Thor. Ele também ajuda Thor a recuperar seu martelo Mjölnir, roubado pelos gigantes, obtém alguns dos artefatos mais preciosos dos deuses - como a própria Mjölnir, a lança de Odin, Gungnir, os cabelos de ouro de Sif e o navio mágico de Freyr, Skidbladnir.
As referências a Loki estão no Edda em verso, compilado no século XIII a partir de fontes tradicionais, no Edda em prosa e no Heimskringla, escrito no século XIII por Snorri Sturluson. Ele também aparece nos Poemas rúnicos, a poesia dos escaldos, e no folclore escandinavo. Há teorias que conectam o personagem com o ar ou o fogo, e que ele pode ser a mesma figura do deus Lóðurr, um dos irmãos de Odin. O compositor Richard Wagner apresentou o personagem com o nome germânico Loge em sua tetralogia de óperas Der Ring des Nibelungen. Entretanto, essa variação do nome na realidade diz respeito a outro personagem nórdico, o gigante de fogo Logi, o que reforça sua relação com o fogo.

Lokasenna

O poema começa com uma prosa introdutória detalhando que Aegir promovia um evento em seu salão para alguns deuses e elfos. No local, os deuses elogiam os serventes Fimafeng e Eldir, e Loki mata Fimafeng por não suportar ouvir aquilo. Em resposta, os deuses pegam seus escudos e atacam Loki, o perseguindo do salão até a floresta. Por fim, os deuses retornam ao salão e continuam a beber.
O fugitivo volta ao local, e encontrar Eldir fora do salão. Começando o poema, Loki o saúda e pede que ele conte o que os deuses discutem desde sua ausência. Eldir responde que eles discutem suas armas e suas qualidades bélicas, e que nada amigável se dizia sobre Loki. O deus do fogo diz que entrará no evento, e que até o fim ele induziria discussão entre os deuses. Ele entra no salão, e todos se emudecem com sua presença.
Sedento, Loki clama que havia retornado de uma longa jornada para pedir aos deuses uma dose de hidromel. Chamando-os de arrogantes, ele questiona porque eles se calam, e exige que o encontrem uma cadeira, ou o expulsem do local. O deus escaldo Bragi é o primeiro a responder, dizendo que Loki não teria uma cadeira. Loki não o responde diretamente, mas direciona sua atenção a Odin, lembrando que nos velhos tempos Odin dizia que nunca beberia se a bebida não fosse trazida a ambos.


"Loke e Sigyn" (1863) por Mårten Eskil Winge.
Odin então pede a seu filho Vidar que se levante, para que Loki possa sentar e parar de culpar os deuses presentes. O jovem se levanta e serve bebida ao convidado. Antes de beber, ele pede um brinde aos deuses, exceto a Bragi, que responde que forneceria um cavalo, uma espada e um anel de suas posses para que não fosse mal visto pelos outros deuses. Ao acusar o argumentador, Loki ouve que, fora do salão Bragi teria a cabeça do inimigo como prêmio por suas mentiras. Ele responde que Bragi era bravo somente sentado, e que correria ao enfrentar um homem de espírito. 
A deusa Iduna interrompe, pedindo que Bragi mate Loki naquele salão, em respeito à sua família. Loki pede que ela se cale, acusando-a, sendo respondido que ela gostaria de vê-los duelando. A deusa Gefjun concorda o motivo dos dois duelarem, e é respondida por Loki com nenhuma acusação. 
Odin diz que Loki seria insano ao tornar Gefjun sua inimiga, tendo em vista que sua sabedoria com o destino dos homens seria tão grande quanto a do próprio Odin. Os dois então passam a trocar insultos sobre fatos do passado.   Frigg, deusa e esposa de Odin, argumenta que o passado dos dois não deveria ser dito em frente aos outros, e Loki passa a insultá-la também, o que também acontece com Freya e Njord, entre outros.
Eventualmente, Thor chega ao local e manda Loki se calar, chamando-o de criatura maléfica e dizendo que com seu martelo Mjölnir o silenciaria. Os dois também começam a discutir, terminando o poema de Lokasenna. Por fim, há uma prosa detalhando Loki saindo do salão, transformando-se em salmão e se escondendo nas cascatas de Franangrsfors, onde os Aesir o capturaram. Loki é preso, e Skadi coloca uma cobra sobre sua cabeça, de onde passar a cair veneno. Esposa de Loki, Sigyn senta-se junto a ele e começa a coletar o veneno em defesa de seu esposo. Com o enchimento da vasilha, ela constantemente deixa o local para despejar o líquido, e durante esse período o líquido tóxico cai sobre ele, causando-o tamanha dor que toda a terra treme com o seu grito, gerando, assim, os terremotos. 

Rymskviða


Thor acorda e percebe a perda de seu martelo Mjölnir. Ele vai ao encontro de Loki, e os dois vão à corte de Freya. A deusa tinha uma capa de penas de falcão que lhe dava a habilidade de se transformar em pássaro e voar pelos diversos mundos. Loki lhe pede emprestado sua capa para poder procurar o objeto perdido, sendo atendido. Ele pega a capa e sai à procura.
Em Jotunheim, o gigante Þrymr está sentado numa mamoa e vê Loki chegando. Ele pergunta o que estaria acontecendo entre os deuses e os elfos para Loki estar sozinho naquele local. Loki responde que ele tinha más notícias para deuses e elfos, o martelo de Thor havia sumido. O gigante responde que havia escondido o Mjölnir debaixo da terra, e que o devolveria somente se Freya fosse trazida para se tornar sua esposa. Loki então deixa o local, e volta à presença dos deuses. 
Thor questiona o sucesso da busca de Loki. Loki conta que o martelo está com Þrymr, mas que só seria devolvido se Freya fosse levada a ele para se tornar sua esposa. Os dois vão ao encontro da deusa e a pedem para se vestir de noiva, para que fosse a Jotunheim. Indignada, ela protesta com ódio, fazendo com que seu colar Brisingamen caia, e recusando-se a fazer tal coisa.  Como resultado, os deuses se reúnem para discutir o assunto. Heimdall sugere que Thor se disfarce e se vista de noiva e vá ao local, o que é rejeitado por Thor. Mas Loki apóia a ideia, dizendo que essa seria a única forma de recuperar o martelo. Ele argumenta que, sem aquele martelo, os gigantes poderiam invadir e se estabelecer em Asgard. Os deuses então vestem Thor como uma noiva, Loki se disfarça de mulher para acompanhá-lo como ajudante, e os dois então partem para Jotunheim. 
Cavalgando juntos na biga levada por cabras, os dois chegam ao local. Þrymr comanda os gigantes em seu salão para prepará-lo para a cerimônia. No começo da noite, Loki e Thor encontram-se com Þrymr; Thor come e bebe ferozmente, consumindo animais inteiros e muito hidromel. Þrymr estranha tal comportamento, mas Loki, sentado ao lado e percebendo a situação, desculpa-se e alega que "Freya" não havia comido por oito dias, tão ansiosa estava com o casamento. Þrymr levanta o véu e deseja beijar a noiva, mas nota os olhos raivosos encarando-o. Loki novamente se desculpa, dizendo que "ela" não havia dormido por oito noites ansiosa com o casamento. 
Pede-se o presente de casamento, e os gigantes trazem o Mjölnir para santificar a noiva, e casar os noivos sob bênção da deusa Vár. Thor exulta quando vê o martelo: finalmente recuperando-o, matando todos os gigantes presentes na cerimônia, e mais alguns no caminho de volta a Asgard . 


Reginsmál

Loki aparece na prosa e no começo do poema de Reginsmál. A introdução em prosa detalha que enquanto o herói Sigurd era cuidado por Regin, filho de Hreidmar. Regin o conta que certa vez os deuses Odin, Hoenir e Loki foram às cascatas de Andvara, que tinha muitos peixes. Lá encontraram o Anão Regin, que tinha dois irmãos: Andvari, que se alimentava ao ficar em Andvara sob forma de peixe, e Ótr, que frequentemente ia ao local sob forma de lontra.  
Enquanto os três deuses estão nas cascatas, Ótr (sob forma de lontra) pega um salmão e o come na beira do rio; ele morre quando Loki o acerta com uma pedra. Os deuses saúdam o ato, e pegam a pele da lontra para fazer uma bolsa. Na mesma noite, eles se encontram com Hreidmar (pai de Ótr) e o mostram suas capturas, incluindo a pela da lontra. Regin e seu pai identificam o ente que havia morrido, e Hreidmar exige que eles preencham a bolsa com ouro em troca da perda do filho.
Loki é enviado para essa tarefa, e se encontra com a deusa Rán, que o empresta uma rede. Ele volta à Andvara, onde captura Andvari com a rede – Loki é considerado o inventor da rede de pesca. Loki exige que o anão transformado em peixe conte onde seu ouro está, e vai a procura do tesouro. Ao obtê-lo, ainda falta mais uma peça. Apesar de perder tudo, Andvari ainda tenta ficar com seu anel, o Andvarinaut, mas Loki também o pega. Agora sob forma de anão, Andvari vai até uma pedra e amaldiçoa o tesouro perdido. 
Loki retorna, e os três deuses dão o tesouro a Hreidmar, preenchendo a bolsa. Hreidmar olha o resultado, e nota que há uma minúscula parte não preenchida, o que força Odin a acrescentar o Andvarinaut.  Loki diz que eles agora tinham posse do ouro, e que ele estava amaldiçoado, o que causaria a morte de Hreidmar e Regin. Hreidmar responde que se soubesse antes, ele os teria matado, mas age com desdém quanto à maldição. Por fim, o rei anão os expulsa e o poema continua sem qualquer menção a Loki. 

Skáldskaparmál

O Skáldskaparmál descreve que os filhos de Ivaldi são anões que, desafiados por Loki, construíram o navio mágico de Frey (Skidbladnir), a lança invencível de Odin (Gungnir) e os cabelos de ouro de Sif, substituindo, assim, os cabelos cortados por Loki (esse sendo o principal objetivo do desafio; após cortar os cabelos de Sif durante uma travessura, Loki fora obrigado pelo marido dela, Thor, a compensá-la por aquilo). Tais objetos era muito apreciados pelos deuses, e certa vez Loki apostou com o anão Brokk a própria cabeça que seu irmão Eitri não conseguiria construir objetos com a mesma qualidade. Para atrapalhá-los, Loki se transforma em abelha, picando-os constantemente. Entretanto, mesmo com as dificuldades, essa competição resultou na criação do javali de Frey (Gullinbursti), o anel de Odin (Draupnir) e o martelo de Thor (Mjölnir).
Os deuses julgaram todos os objetos e consideraram as obras de Brokk ainda mais grandiosas que as dos filhos de Ivaldi, e ele ganhou a aposta. Perdendo, Loki foge após estar à mercê dos anões. Entretanto, a pedido dos anões ele é capturado por Thor e entregado aos irmãos. Mas Loki é astuto, e argumenta que, se sua cabeça for cortada, o seu pescoço seria danificado, e isso não fazia parte da aposta. Mas os anões se contentam em costurar seus lábios, pois eles julgavam que Loki falava demais. Ele consegue retirar o fio e fugir.





segunda-feira, março 26

O Roubo de Mjöllnir (Mitos de Thor)



Quando Thor descobriu o sumiço de seu martelo mágico, ele pediu a ajuda de Loki para encontrá-lo, como retribuição pelo seu resgate da prisão de Geirrod. Loki tomou emprestado novamente o manto de penas de falcão da deusa Freya e saiu voando, até descobrir que o martelo estava enterrado nas profundezas da terra. O gigante Thrym se recusou a devolvê-lo, a não ser que recebesse em troca a deusa Freya como sua esposa. Esta situação causou um grande alvoroço em Asgard, o martelo sendo uma preciosa arma de defesa dos deuses. Freya ficou extremamente irritada e para apaziguá-la, o deus Heimdall sugeriu um plano engenhoso, sem colocar Freya em perigo. Para isso, Thor devia usar um martelo e véu de noiva e viajar até Jötunheim como sendo a própria Freya, acompanhada de sua dama de honra, o disfarce usado por Loki. Thor custou a aceitar por se sentir insultado se aparecesse como mulher, mas cedeu vendo que, sem o martelo, Asgard iria sucumbir perante os gigantes.

Ao chegar em Jötunheim, no meio de uma forte tempestade provocada pela carruagem de Thor, a "noiva" e sua acompanhante foram recebidas com muita alegria e um farto banquete. Porém, o voraz apetite da "noiva" causou muito espanto e desconfiança, até Loki argumentar que a "noiva" tinha devorado um boi e oito salmões devido à sua ansiedade pré-nupcial, que a tinha feito jejuar por oito dias. Quando Thrym tentou beijar a noiva, ficou assustado com o brilho feroz dos olhos que o fulminaram através do véu, mas Loki novamente explicou que Freya não tinha conseguido dormir há oito noites por estar tão ansiosa em se casar. Para apressar o casamento, o martelo foi trazido e, conforme o costume, colocado no colo da "noiva" para selar o matrimônio. Assim que Thor o teve nas mãos, levou pouco tempo para matar os gigantes convidados para a festa, incluindo o próprio Thrym, retornando em seguida triunfante para Asgard.

Nessa história cômica e com episódios bastante implausíveis, podemos reconhecer a dedicação de Thor e seus esforços para proteger os deuses e Asgard, até mesmo sacrificando temporariamente sua famosa agressividade e proverbial masculinidade. Thor age como um verdadeiro xamã, mantendo a integridade da comunidade, protegendo-a das agressões externas e se movimentando entre os mundos usando disfarces ou metamorfoses. Seus vários títulos definem suas atribuições, sendo conhecido como Guardião de Midgard, Deus dos camponeses, Thrudugr (o poderoso),Thrudvald (o grande protetor), Senhor da fúria justificada, Amigo da humanidade, Matador dos gigantes, Campeão de Asgard, Dono do cinto de poder, Thunar Karl (o velho Thunar), O vingador, O deus trovejante.

Nascido da terra, Thor protegia e dava estabilidade, ele revigorava e centrava seus adeptos e seguidores, conferindo tenacidade e perseverança, segurança e coragem. Percebendo o seu escudo, a força do seu cinturão mágico e a defesa conferida pelo seu martelo, possibilitava aos guerreiros nórdicos ver Thor como um valioso amigo e aliado, guardião e protetor contra injustiças, agressões e maldades.

Os gigantes — inimigos eternos de Thor — eram também representados pelas calamidades naturais, os desequilíbrios climáticos e ecológicos, a ganância dos proprietários de terra, as injustiças e desigualdades entre as classes sociais e com os povos nativos, os permanentes conflitos com os vizinhos, entre as tribos e os familiares, a corrupção de monarcas e chefes guerreiros, em suma o caos e a violência, em todos os níveis e formas de agir, que foram crescendo e se expandindo até desencadear o cataclismo do Ragnarök


domingo, março 25

Yggdrasil, a Árvore Cósmica.



"Conheço um freixo chamado Yggdrasil,
uma árvore imensa em meio a bruma branca,
dela escorre o orvalho que cai nos vales.
Firme, mantém-se sempre verde
acima da sagrada fonte de Udhr."
"Völuspa" Poetic Edda.


Na mitologia nórdica, Yggdrasil ou (nórdico antigo: Yggdrasill) é uma árvore colossal (algumas fontes dizem que é um freixo, outras que é um teixo), na mitologia nórdica, que era o eixo do mundo.
Localizada no centro do universo ligava os nove mundos da cosmologia nórdica, cujas raízes mais profundas estão situadas em Niflheim, fincavam os mundos subterrâneos; o tronco era Midgard, ou seja, o mundo material dos homens; a parte mais alta, que se dizia tocar o Sol e a Lua, chamava-se Asgard (a cidade dourada), a terra dos deuses, e Valhala, o local onde os guerreiros vikings eram recebidos após terem morrido, com honra, em batalha.
Conta-se que nas frutas de Yggdrasil estão as respostas das grandes perguntas da humanidade. Por esse motivo ela sempre é guardada por uma centúria de valquírias, denominadas protetoras, e somente os deuses podem visitá-la. Nas lendas nórdicas, dizia-se que as folhas de Yggdrasil podiam trazer pessoas de volta a vida e apenas um de seus frutos, curaria qualquer doença.
Os nove mundos contidos na Yggdrasil são:
  • Midgard, o mundo dos homens. É representado por Jera, a runa do ciclo anual;
  • Asgard, o mundo dos Aesir. É representado por Gebo, a runa da troca;
  • Vanaheim, o mundo dos Vanir. É representado por Ingwaz, a runa da semente;
  • Helheim, o mundo dos mortos. É representado por Hagalaz, a runa do granizo;
  • Svartalfheim, o mundo dos anões ou elfos escuros. É representado por Elhaz, a runa do teixo;
  • Ljusalfheim, o mundo dos elfos de luz. É representado por Dagaz, a runa do dia;
  • Jotunheim, o mundo dos gigantes. É representado por Nauthiz, a runa da necessidade;
  • Niflheim, o mundo de gelo eterno. É representado por Isa, a runa do gelo;
  • Muspelheim, o mundo de fogo. É representado por Sowilo, a runa do sol.

O conceito de uma "Árvore da Vida ou do Mundo", de um "Eixo, Coluna ou Pilar Cósmico", existiam em diversas culturas e religiões antigas e era uma imagem mítica muito antiga, dominante na Europa e Ásia, encontrada nos mitos escandinavos, bálticos, germânicos, fino-úgricos e celtas. Nas tradições xamânicas de várias tribos siberianas (samoiedos, iacutos, tungues, tártaros, turcos ibéricos, eslavos e celtas), é comum a representação de uma árvore que liga o céu e a terra - temos essa representação também, na historia infantil, "João e o Pé-de-Feijão" -, e o mundo subterrâneo e que serve como uma escada ou ponte entre diversos mundos. Esses mundos ou planos sutis (dos deuses, seres sobrenaturais, ancestrais, espíritos e homens) podiam ser alcançados pelos xamãs em estado alterado de consciência ou pelos sentitivos em projeção ou desdobramento astral. A função da arvore era ligar o céu e a terra, a águia celeste à serpente telúrica. Por ser uma imagem de "outro mundo" além do tempo e do espaço, não se podem definir os detalhes da localização exata, nem os termos racionais de direção e distancia. 
Os xamãs eram treinados para se "deslocar" em viagens astrais para outra realidades ou mundos, desdobramento descrito de forma metafórica como uma "subida" feita por degraus cortados no tronco de uma escada ou ponte, levados por um pássaro totêmico ou aliado. Nessa jornada, eles podiam atravessar portais, perambular por vários mundos, ascender ao mundo divino ou descer até o reino dos mortos, seus ancestrais.
Yggdrasil era descrita como uma imensa árvore (freixo ou teixo [explicado acima]) cujos galhos se estendiam sob a terra e alcançavam o céu. Seu tronco era sustentado por três raízes, uma chegando até o mundo dos deuses Aesir, outra até a morada dos gigantes de gelo e a terceira penetrando no reino dos mortos, regido pela deusa Hel (como um presente de Odin). A visualização linear das três raízes é difícil, mas ela é metafórica, representando as três fontes de poder e origem de Yggdrasil: o mundo superior, mediano e subterrâneo. O topo da árvore, chamado Lerad (doador da paz) sombreava o salão de Odin, enquanto o restante dos galhos cobria o mundo.
No poema "Völluspa", a vidente (völva ou vala) enumera nove mundo intercalados no espaço, em vários níveis e separados por montanhas, desertos desolados pelo frio e a escuridão, rios, vales e pontes, a mais famosa sendo a do Arco-Íris, BIFROST ou ASABRU, que ligava o céu e a terra e parecia uma estrutura metálica brilhando nos matizes do arco-íris. As outras pontes podiam ser frágeis e suspensas sobre abismos, finas como a lâmina da espada (que exigia um poder sobrenatural de quem tentasse atravessá-la) ou resistente como a Gjallarbru, a "ponte do eco", que levava ao reino da deusa Hel.



Bifrost era constituída de fogo, água e ar e servia de passagem para as divindades que se deslocavam de Asgard (sua morada), para Midgard e os outros mundos, com exceção de Thor, proibido de atravessá-la para não provocar sua queda com seus passos pesados e seus gritos trovejantes. Bifrost - talvez originalmente a Via Láctea - era guardada pelo deus Heimdall, dono de uma espada resplandecente, dotado de uma visão e audição extraordinária e cuja corneta iria anunciar o início do Ragnarök e a destruição da ponte pelos gigantes de fogo. Na ponte Bifrost havia um portal chamado Helgrind ou Valgrind, que separava o plano dos vivos do reino dos mortos e que se abria para a passagem dos xamãs nos seus deslocamentos, bem como para o retorno dos mortos que visitavam Midgard em datas especias.
Em uma gruta, na proximidade da nascente, escondia-se o aterrorizador dragão Nidhogg, que roia incessantemente a raiz da árvore, ajudando nessa tarefa destruidora por inúmeras criaturas peçonhentas (serpentes, répteis ou dragões), a derrubada de Yggdrasil sendo o sinal pra o fim dos deuses e a destruição dos mundos. As forças destrutivas visavam a exterminação da Árvore da vida, na tentativa de impedir o nascimento de novos mundos e espécies, enquanto a fonte de Hvergelmir simbolizava o cerne dos processos de geração e a energia de expansão.
Vários animais habitavam entre as folhagens e nos galhos de Yggdrasil, alguns deles citados também nos mitos de outras culturas, como a iraniana, mesopotâmica, siberiana ou dos nativos da Indonésia (citados anteriormente). No topo da árvore ficava Aar, uma águia, que tudo enxergava e cujo bater das asas causava os ventos e em cuja testa se apoiava um falcão, que lhe servia de mensageiro. existiam uma inimizade perpétua entre a águia e o dragão Niddhog e um esquilo - Ratatosk -, que corria para cima e para baixo da árvore, levando mensagens, possivelmente hostis, tentado acirrar a disputa entre eles.
O significado do nome de Yggdrasil é objeto de controvérsias. A interpretação mais comum é como "cavalo de Ygg", sendo Ygg usado como um dos nomes de Odin e uma referência à sua autoimolação. "Cavalgar a força" era uma expressão familiar nas línguas arcaicas (noruega e inglesa) e equivalente a "morrer enforcado". Outros nomes de Yggdrasil eram:

  • Leradr - Abrigo.
  • Hoddmimir - Tesouro de Mimir.
  • Mimameidr - Pilar de Mimir.
Nomes que reforçam o simbolismo de proteção, sustentação e nutrição da árvore.
Na conversão para o cristianismo, a imagem da Árvore do Mundo nórdica foi substituída pela cruz cristã; originalmente existia um simbolismo oculto da Árvore do Conhecimento do Jardim do Éden, que personificava a dualidade do bem e do mal, mas ela foi depois transformada em símbolo de sofrimento e dor, pela transgressão de Eva ao comer os seus frutos proibidos.


sexta-feira, março 23

Prose Eddas, fonte de nosso conhecimento.




Snorri Sturluson nasceu em 1178 ou 1179. Era filho de Sturla, um chefe local da Islândia ocidental, cujos descendentes dão nome à chamada Era de Sturlung da história islandesa, na primeira metade do século XIII. Quando tinha dois ou três anos de idade, Snorri foi enviado à casa de um dos mais importantes líderes da Islândia medieval, Jon Loptosson, como parte de um trato para encerrar um conflito entre este e Sturla. A ida de uma criança para a ser criada na casa de outro líder era comum na época, e Snorri passou dezesseis anos em Oddi, a propriedade de Loptosson, que era um importante centro cultural naquele país. Em Oddi, Snorri deve ter tido contato com o latim, obras teológicas, a poesia antiga e as sagas.
Aos dezenove anos, Snorri casou-se com Herdis, filha de Padre Bersi, e tornou-se um homem rico com a morte do sogro em 1202. Snorri e a mulher mudaram-se para a propriedade de Bersi, em Mýrar, e Snorri aumentou seu poder adquirindo outras propriedades.  Em 1206 mudou-se a Reykholt, a oeste da Islândia. Um sinal de seu prestígio e poder é o fato de ter sido eleito por duas vezes "homem de leis" (lögsögumaður) do parlamento islandês (Alþingi), o cargo mais alto na antiga Comunidade Islandesa. Snorri ocupou esse cargo entre 1215 e 1218 e novamente entre 1222 e 1231.


Obras


O casamento de Snorri e Herdis aparentemente não foi muito feliz, e em 1224 ele casou-se por segunda vez com Hallveig Ormsdóttir. Teve um total de dois filhos e três filhas; seu filho favorito morreu jovem, e as filhas foram unidas por matrimônio com filhos de chefes locais, como meio de tecer alianças com a elite islandesa.
Em 1218, Snorri viajou à Noruega para fazer alianças entre a nobreza norueguesa. Foi bem recebido pelo rei Haakon IV da Noruega (então com 14 anos) e pelo jarl (conde) Skule Bardsson, sendo nomeadoescudeiro e vassalo. Retornou à Islândia dois anos depois, onde escreveu o Háttatal ("lista de métricas poéticas"), em homenagem ao rei e ao conde. Este longo poema compõe a última parte da Edda em prosa.
Na Islândia, a situação política de Snorri tornou-se difícil. Seu sobrinho, Sturla Sighvatsson, liderou uma força armada contra ele em Reykholt em 1236. Snorri fugiu à Noruega, onde o rei Haakon e o agora duque Skule encontravam-se em meio a um conflito. Passou dois invernos no país na companhia de Skule e seus parentes, tendo sido designado conde (jarl) pelo duque. O rei Haakon, desconfiando da amizade entre os dois, proibiu Snorri de deixar a Noruega, mas este viajou mesmo assim. Seu irmão e sobrinho haviam sido mortos numa batalha, o que permitiu a Snorri retornar à Islândia sem temor.
O rei Haakon derrrotou as forças de Skuli numa batalha no verão de 1240. Snorri foi declarado traidor, e um emissário do rei, Gissur Torvaldsson, foi enviado à Islândia com ordens de trazê-lo de volta à Noruega ou matá-lo. Os homens de Gissur surpreenderam Snorri em suas terras em Reykholt e o assassinaram no outono de 1241.

Snorri é geralmente considerado o autor da Edda em prosa, uma obra complexa composta por quatro partes[2]: um Prólogo que tenta harmonizar a mitologia nórdica com a tradição greco-romana, seguida da Gylfaginning ("a ilusão de Gylfi"), uma narrativa fantástica em que, por meio de um diálogo entre o rei lendário Gylfi e o deus Odin, é explicada grande parte da cosmologia e mitologia nórdicas. A terceira parte é a Skáldskaparmál ("linguagem poética"), outra fonte importante de lendas nórdicas escrita como uma espécie de manual de arte poética para escaldos (skald; os poetas nórdicos). A última parte é o Háttatal, uma lista de formas de métrica poética.
A base mais importante para a atribuição de autoria da Edda em prosa é um trecho do Códice de Uppsala (um manuscrito do século XIV que inclui a Edda) que afirma que a obra foi "compilada" por Snorri Sturluson. Porém, não é totalmente claro se ele foi apenas um compilador ou autor de toda a obra. A parte que com certeza foi escrita por ele é o Háttatal.
A Snorri também é atribuída a História dos reis da Noruega (Heimskringla), uma crónica dos reis nórdicos. A obra começa com a lendária Saga dos Ynglings, mas torna-se subsequentemente mais histórica, especialmente a partir do rei Halfdan o Negro e seu filhoHaroldo Cabelo Belo. Dentro da Heimskringla cada rei tem sua própria saga, sendo a mais extensa a de Olavo, o Santo, rei da Noruega morto em 1030 e canonizado em 1164.
Como historiador e mitógrafo, Snorri é famoso por ter sustentado a teoria (na Edda em Prosa) que os deuses mitológicos começam como líderes de guerra humanos e reis cujos sítios funerários se tornam objeto de culto. À medida que as pessoas os invocam esse líder morto quando vão à batalha, ou o rei morto quando eles em frente dificuldades nas tribos, elas começam a venerar a figura. Eventualmente, o rei ou soldado é lembrado apenas como um deus. Ele também propôs que quando uma tribo derrota outra, explica sua vitória dizendo que seus deuses estavam em guerra com os deuses dos outros.

Assim, como citei acima. Snorri dividiu as Eddas em 3 partes:
São elas:

1 - Gylfaginning, ou a Visão ou alucinação de Gylfi (c. 20,000 palavras), é a primeira parte do Edda em prosa de Snorri Sturluson, após o Prólogo. O Gylfaginning trata da criação e da destruição do mundo dos deuses nórdicos e muitos outros aspectos da mitologia nórdica. A segunda parte do Edda em prosa é chamada de Skáldskaparmál e a terceira de Háttatal.


2 - Skáldskaparmál ("linguagem da poesia") é a segunda parte do Edda em prosa de Snorri Sturluson, um diálogo entre o deus nórdico do mar, Ægir e Bragi, deus da poesia. Nele, são discutidos tanto a mitologia nórdica quanto a natureza da poesia. São descritas as origens de diversas kennings, e Bragi prove uma lista sistemática delas para várias pessoas, lugares e outras coisas. Bragi também discute a linguagem poética em detalhes, em particular o heiti.

3 - Háttatal (c. 20.000 palavras) é a última secção da Edda em prosa composta pelo poeta e historiador islandês Snorri Sturluson. Exemplifica, essencialmente, os tipos de versos usados na poesia em língua nórdica antiga.


Edda em verso ou Edda Poética é uma coleção de poemas em nórdico antigo preservados inicialmente no manuscrito islandês Codex Regius, do Século XX. Junto com a Edda em prosa, de Snorri Sturlusson, é a mais importante fonte de informações sobre a mitologia nórdica e de heróis lendários germânicos.

Incluídos no Codex Regius

  • Völuspá (A profecia da mulher sábia, A profecia da vidente)
  • Hávamál (A balada do mais alto, Os ditos de Hár, Os ditos do mais alto)
  • Vafþrúðnismál (A balada de Vafthrúdnir, A canção de Vafthrúdnir, Os ditos de Vafthrúdnir)
  • Grímnismál (A balada de Grímnir, A canção de Grímnir, Os ditos de Grímnir)
  • Skírnismál (A balada de Skírnir, A canção de Skírnir, A jornada de Skírnir)
  • Hárbarðsljóð (O poema de Hárbard, A canção de Hárbard)
  • Hymiskviað (A canção de Hymir, O poema de Hymir)
  • Lokasenna (A discussão de Loki, O cinsurso de insultos de Loki, A disputa de Loki)
  • Þrymskviða (A canção de Thrym, O poema de Thrym)
  • Völundarkviða (A canção de Völund)
  • Alvíssmál (A balada Alvís, A canção Alvís, Os ditos de toda a sabedoria)

Não incluídos no Codex Regius



  • Baldrs draumar (Os sonhos de Baldr)
  • Rígsþula (A canção de Ríg, O canto de Ríg, A lista de Ríg)
  • Hyndluljóð (O poema de Hyndla, A canção de Hyndla)
  • Völuspá in skamma (A curta Völuspá, The Short Seeress' Prophecy, Short Prophecy of the Seeress) - incluído em Hyndluljóð.
  • Svipdagsmál (A balada de Svipdag, A canção de Svipdag) - Este título original de Bugge, actualmente compõe os dois poemas:
  • Grógaldr (O feitiço de Gróa, Feitiços de Gróa)
  • Fjölsvinnsmál (A balada de Fjölsvid, A canção de Fjölsvid)
  • Gróttasöngr (A canção de Mill, A canção de Grotti) (não incluído em muitas edições)
  • Hrafnagaldur Óðins (A canção do corvo de Odin, O canto do corvo de Odin). (não incluído em muitas edições).
Entre as inúmeras Eddas já escritas, as mais faladas e citadas em livros   sobre Mitologia Nórdica, é o Hávamál e o Völuspá .

Völluspa 

Völuspá (A Profecia da Vidente) É o nome do primeiro e mais conhecido poema da Edda poética. Conta a história da criação do mundo e de seu iminente final, narrada por uma völva e dirigida a Odin. É uma das principais fontes primarias para o estudo da mitologia nórdica.
A profecia começa com uma invocação a Odin, após a qual a vidente começa a relatar a história da criação do mundo de forma resumida. A vidente explica como conseguiu tal conhecimento, conhecendo assim a fonte da onisciência de Odin, e outros segredos dos deuses de Asgard. Menciona os acontecimentos presentes e futuros, aludindo a muitos dos mitos nórdicos, como a morte de Baldr e a prisão de Loki. Por último, a vidente fala do fim do mundo, Ragnarök, e de sua segunda vinda.

Preservação

O Völuspá é encontrado no manuscrito de Codex Regius (ca. 1270) e no Codex Hauksbók, de Haukr Erlendsson (ca. 1334), e muitas de suas estrofes são citadas ou parafraseadas na Snorri Sturluson da Edda em prosa (escrita ca. 1220, o mais antigo manuscrito existente data de ca. 1300). A ordem e o número de estrofes variam em suas fontes. Alguns editores e tradutores reorganizaram o material ainda mais. A versão do Codex Regius é geralmente usada como base das traduções.


Estrutura



O poema consiste em cerca de 60 estrofes fornyrðislag. Na edição de Sophus Bugge, a versão de Hauksbók tem 59 estrofes enquanto a versão do Codex Regius tem 62 estrofes. Alguns manuscritos contem estrofes que não estão nos outros. A versão normalizada de Bugge tem 66 estrofes. O poema faz um uso esporádico de refrões.


Hávamál 


Hávamál ("Provérbios do elevado“) é apresentado como um único poema no Edda poético. O poema, próprio uma combinação de poemas diferentes, apresenta pela maior parte o conselho para viver e a sobrevivência composta em torno da figura central de Odin e alguns versos são escritos do perspective de Odin. Composto no medidor Ljóðaháttr, um medidor associado com o verso da sabedoria, Hávamál é prático e metaphysical no índice. Isto é particularmente aparente para a extremidade do poema, porque o poema desloca em um cliente de obter de Odin do alfabeto runico e o texto obscuro que relaciona-se aos vários encantos e soletra Odin sabe.

A única fonte sobreviver para Hávamál é contido dentro do 13º século Codex Regius e é pensado para ser não mais velho do que em torno do CE do ano 800 derivado though de uma tradição oral mais adiantada. Uma referência adiantada ao poema está perto Skáldaspillir de Eyvindr, encontrou dentro Hákonarmál em torno do CE do ano 960.

Com todos esses fatos acontecidos, Eddas sendo escritas, é normal de uma sociedade, evoluir, logo, foram fundados os países, e a fundação mais marcante foi a da Dinamarca, gravado no Saxo Grammaticus:

 Saxo Grammaticus 

... ("Saxão Gramático", em latim; cerca de 1150 - 1220) foi um historiador medieval dinamarquês do qual pouco se sabe. Os dezesseis livros sobre a história da Dinamarca do seu tempo, conhecidos como Gesta Danorum, são atribuídos a ele, e também constituem-se na nossa principal evidência da própria existência do autor. 

Com o avanço da civilização, fomos saindo do Período Pagão, pro Pós-Pagão, surgindo opositores a força de Odin. O mais conhecido, tendo até datas no Calendário do Hemisfério Sul, homenageando os Pagãos que foram contra o Cristianismo, ou até o detentor de todas as mortes causadas,






Olavo II da Noruega,

Olavo o SantoSankt Olav também conhecido como Santo Olavo (995 — 1030), foi rei da Noruega de 1015 a 1028. De origem viking, converteu-se ao cristianismo na cidade de Ruão e esteve a serviço do rei exilado Ethelred II de Inglaterra.
Regressou à Noruega em 1015. Por ser descendente do rei Haroldo I, foi reconhecido rapidamente como rei e tirou os nobres que regiam o país do poder. Introduziu uma administração central forte, completou a conversão, iniciada por Olavo I, dos noruegueses e ergueu igrejas por todo o território. É o padroeiro da Noruega e um dos poucos santos de origem norueguesa reconhecidos pela Igreja Católica.
Olavo II casou em fevereiro de 1019 em Sarpsborg com Astrid Olofsdotter, filha do rei Olavo da Suécia. Tiveram uma filha:
  • Wulfhilde (ca. 1020 – 1072), que se casou com o duque Ordulfo da Saxônia.
Com uma amante, Alvhild, teve um filho ilegítimo:
  • Magno, futuro rei da Noruega e Dinamarca.
e desta fase veio:




O ressurgimento atual das antigas tradições nórdicas.

Alguns estudiosos interpretaram o abandono e o esquecimento do legado espiritual ancestral nórdico como a concretização do Ragnarök, "o crepusculo dos deuses", o fim do mundo pagão e sua substituição pelo cristianismo. Os antigos deuses, porém, não "morreram", e seus arquétipos, mitos e valores apenas submergiram nas profundezas do inconsciente - individual e coletivo - à espera de serem trazidos novamente à luz da consciência. 
Depois da conversão ao cristianismo - imposta à força aos povos teutônicos e escandinavos -, seguiu-se o período de "dupla fé" ou dualidade religiosa, em que as tradições e costumes continuavam sendo mantidos, principalmente nas regiões mais remotas da Noruega e da Suécia. Na Islândia, foram os próprios monges que se empenharam em coletar e transcrever lendas e contos folclóricos, preservando assim o antigo legado. Muitas das histórias dos santos católicos são inspiradas nos mitos dos deuses pagãos. As lendas foram "cristianizadas", assim como os rituais e as igrejas, erguidas sobre os antigos locais sagrados ou sobre as ruínas dos poucos templos pagãos encontrados.
As datas de antigos festivais como Yule e Ostara (Ostara, inclusive foi comemorada ontem) foram transformadas em festas cristãs - Natal e Páscoa -, e muitos dos seus antigos costumes (como a reverência a uma árvore sagrada e a prática de troca de presentes e dos ovos pintados) continuam em uso até hoje, por não ter sido possível erradicá-los da memória popular. Os nomes das divindades regentes dos dias da semana (Tyr, Thor e Frigga) foram preservados, apesar da oposição cristã. O nome de Odin era o mais perseguido e considerado tabu, por isso mudou-se o nome em alemão para quarta-feira, dia dedicado a Odin, chamado de  Wodestag (preservado em inglês como Wednesday) para Mittwoch ("o meio da semana"). Motivos ornamentais, contos de fadas e costumes folclóricos preservaram uma boa parte da sabedoria ancestral, oculta nos símbolos, nos personagens e nas ditas "superstições" populares. Devido à sua associação com o "demônio" e o "castigo divino" dos seus adeptos, as práticas mágicas, curativas e oraculares foram as mais perseguidas e poucas conseguiram permanecer nas tradições familiares ou disfarçadas de superstições.




E LEMBRANDO!, HOJE É PRIMEIRO DIA DE OSTARA!